"Seria realmente um marco desse grupo, de se diferenciar em relação às potências ocidentais mais tradicionais, que ao longo do tempo foram associadas à destruição dessa região no mundo", comentou a pesquisadora.
"Os países que participam do BRICS, entre eles países da própria região, é que são confiáveis para isso", opinou.
"Eles deram para Israel, para o genocídio, na casa de US$ 22,8 bilhões, ou seja, R$ 125 bilhões de reais. Isso dá incríveis R$ 2,4 milhões para cada palestino exterminado em Gaza."
"Não me parece que exista um interesse genuíno por parte das lideranças ocidentais de dar aos palestinos uma autoridade política, de reconhecer a sua soberania estatal, de reconhecer a sua nacionalidade e identidade cultural e também de reconstruir o seu território, que foi sistematicamente violado ao longo de anos."
"Ela supera a destruição da cidade mais afetada pela […] Segunda Guerra Mundial inteira, que durou seis anos […]. Segundo a ONU, […] precisará de 7 a 14 anos para que esses escombros sejam removidos. E mais, há, neste momento agora, pessoas sob esses escombros, animais, tudo que nós possamos imaginar sob esses escombros."
"[…] a Ásia inteira vota com a Palestina, inclusive o Japão, veja só. O continente africano inteiro vota com a Palestina e, à exceção do Paraguai [e dos EUA], o restante do continente americano também vota com a Palestina nas resoluções essenciais, inclusive as de reconhecimento da Palestina como Estado soberano", defendeu ele.
"Pensar em outras formas de reconstrução e de legitimidade é muito mais importante hoje do que apenas disponibilizar dinheiro e ajuda internacional para a reconstrução ou desenvolvimento."
"Principalmente porque o Hamas tem um estigma de ser entendido por alguns países e alguns grupos como um grupo terrorista, então se associar a ele seria como reconhecer, por exemplo, a liderança do Talibã no Afeganistão, que pode ser, sim, uma posição muito difícil de sustentar politicamente", disse. "Talvez sem conflito na Ucrânia, talvez uma China mais estabilizada politicamente, aí, sim, a gente pode ver esse envolvimento, mas hoje eu não vejo essa perspectiva", ponderou ela.