Com 98.69% das urnas apuradas, Sandu obteve 54,95% dos votos válidos, enquanto seu opositor, o ex-procurador-geral Aleksandr Stoyanoglo (Partido dos Socialistas), ficou com 45,05%.
Dentro do país, no entanto, a situação foi outra. Stoyanoglo obteve a preferência de 51,19% do eleitorado frente a 48,81% de Sandu. Foi no exterior que a diáspora moldava garantiu a vitória da atual presidente. Nessas urnas, a atual presidente contabilizou 82% dos votos, enquanto o Stoyanoglo ficou com 18%.
Ainda de acordo com os dados da CEC, a participação eleitoral no segundo turno das eleições presidenciais da Moldávia foi de 54,18%, com cerca de 1,7 milhão de votantes, dos quais mais de 320 mil estavam no exterior.
O dia da eleição foi marcado por vários incidentes, como ciberataques ao sistema de registro de eleitores, infrações em locais de votação e até avisos de bomba em alguns centros de votação, o que paralisou seu funcionamento.
A polícia moldava bloqueou por várias horas a ponte que permite a passagem dos eleitores da autoproclamada república de Transnístria para a Moldávia. O bloqueio se deu por um alerta de bomba que acabou sendo falso.
Mais cedo, a presidente da república autônoma da Gagaúzia, Yevgenia Gutsul, alertou para as poucas urnas disponíveis para eleitores na Rússia. No país, onde há cerca de 500 mil gagaúzes, havia apenas duas seções eleitorais.
Mais cedo, a presidente da república autônoma da Gagaúzia, Yevgenia Gutsul, alertou para as poucas urnas disponíveis para eleitores na Rússia. No país, onde há cerca de 500 mil gagaúzes, havia apenas duas seções eleitorais.
Sandu é conhecida por sua política de integração europeia, sanções contra a Federação da Rússia e controle mais rigoroso sobre a mídia sob o pretexto de combater a desinformação. Por outro lado, Stoyanoglo advoga a manutenção das relações pragmáticas com a Rússia, embora apoie a integração com a Europa.
O resultado eleitoral também demonstrou uma divisão interna na Moldávia. Dados abertos da Comissão Eleitoral Central (CEC) revelam que o norte e o sul do país votaram em Stoyanoglo, enquanto a região central deu seu voto a Sandu.
Além disso, as regiões autônomas do país — Gagaúzia e Transnístria — também preferiram o candidato opositor. Na primeira, de onde Stoyanoglo é nativo, ele ganhou com 97% dos votos. Já na segunda foram 79,4% dos votos.
Em seu discurso, Sandu agradeceu a seus eleitores pela participação nas eleições. "Além disso, o voto de cada cidadão é uma contribuição para o futuro do país, independentemente de em quem votaram, eu ou meu concorrente Aleksandr Stoyanoglo", disse.
"Apoio seu apelo para manter a estabilidade, a calma e a paz na república. Prometo ser uma presidente para todos."
Mais cedo, o ex-procurador geral havia pedido aos seus pares que permanecessem calmos, independentemente dos resultados das eleições.
No primeiro turno, Sandu obteve 42,45% dos votos frente a 25,98% de Stoyanoglo. Para o segundo turno, o opositor recebeu o apoio de outras lideranças políticas do país, como do líder do Partido do Futuro da Moldávia e ex-primeiro-ministro Vasile Tarlev (2001–2008).
O ex-primeiro-ministro Ion Chicu e o ex-presidente e atual líder do Partido Socialista, Igor Dodon, também se posicionaram pelo fim do governo de Maia Sandu.
O político Alexandru Muravschi, que serviu como ministro da Economia e vice-premiê (1999) criticou os resultados eleitorais. Em sua página no Facebook (plataforma proibida na Rússia por extremismo), Muravchi disse que Sandu foi eleita por aqueles que não planejam pisar novamente no país.
"A Sra. Maia Sandu foi eleita presidente da República da Moldávia. Aqueles que partiram decidem tudo e a maioria deles não pretende retornar. Ou retornarão se e quando aqueles que ficaram criarem boas condições para eles aqui."
"Enquanto isso, como é costume em países civilizados, vamos parabenizar a Sra. Sandu por sua vitória, embora imerecida."