De acordo com a Reuters, as empresas chinesas têm repetidamente reduzido a produção de componentes para painéis solares em polos existentes enquanto constroem novas fábricas em outros países, permitindo que elas contornem as tarifas e continuem dominando os mercados, mesmo com as tentativas norte-americanas para controlá-las.
"É um enorme jogo de gato e rato", disse William A. Reinsch, ex-funcionário comercial do governo Clinton e consultor sênior do Center for Strategic and International Studies à mídia, afirmando ainda que "os EUA geralmente estão um passo atrás".
A China responde por cerca de 80% das remessas de células fotovoltaicas do mundo, um setor que há 20 anos era dominado pelos EUA.
No entanto, segundo dados federais dos EUA, as importações de suprimentos solares triplicaram desde que Washington começou a impor suas tarifas em 2012, atingindo um recorde de US$ 15 bilhões (cerca de R$ 87,3 bilhões) no ano passado. O que chama atenção é que, embora quase nenhum componente tenha vindo diretamente da China em 2023, cerca de 80% vieram de Vietnã, Tailândia, Malásia e Camboja — lar de fábricas de empresas chinesas.
Em função disso, Washington aplicou tarifas sobre exportações solares dessas quatro nações do Sudeste Asiático no ano passado e as expandiu em outubro após reclamações de fabricantes nos Estados Unidos que afirmam não poder competir com produtos chineses baratos que, segundo eles, são injustamente apoiados por subsídios do governo chinês.
Nos últimos 18 meses, pelo menos quatro projetos chineses ou vinculados à China começaram a operar na Indonésia e no Laos, e outros dois foram anunciados. Juntos, os projetos totalizam 22,9 gigawatts (GW) em capacidade de células ou painéis solares e grande parte dessa produção será vendida nos Estados Unidos, o segundo maior mercado solar do mundo depois da China e um dos mais lucrativos.