"Um dos grandes debates é o tempo que as mulheres ocupam com o trabalho doméstico. São 17 horas a mais do que as mulheres trabalham por semana do que os homens. Isso também vai ter consequência no 6×1 […] O fato de as mulheres poderem ficar mais em casa, terem mais tempo de se cuidar, de fazer outras tarefas que elas queiram, é importante, primeiro, para a saúde mental e, segundo, para o planejamento individual", disse ela à Sputnik após participar da conferência paralela ao G20 sobre sociedade do cuidado, no Rio de Janeiro.
"A tecnologia tem colocado a maioria das pessoas fora do mercado de trabalho. Então elas ficam desempregadas. Então vamos trabalhar essa questão do 6×1 dentro da perspectiva de avançar no campo tecnológico, avançar no campo de geração de trabalho e renda e dentro da perspectiva da construção de um país de igualdade."
"Já estamos organizando o encontro das diversas ministras da Floresta Amazônica de Mulheres para que nós possamos pensar a estratégia conjuntamente. […] já temos as linhas, já estamos trabalhando como fazê-lo, já temos pesquisas desenvolvidas por algumas universidades que estão trabalhando efetivamente, mas primeiro precisamos ter essas diretrizes, trazer qual é esse plano para que a gente possa fazer a pactuação com os outros países do mundo", comentou ela.
G20
"Aqui no Brasil, acabamos de aprovar a lei da política de cuidados ontem na Câmara Federal. Possivelmente está indo para o Senado. Portanto, está avançando dentro da perspectiva do uso do tempo das mulheres, da questão do salário igual e da inclusão das mulheres, da saída das mulheres da pobreza. Então, o eixo da autonomia econômica traz todos esses elementos", descreveu.
"Estamos querendo sair daquele jargão que a mulher é a que mais defende o meio ambiente, mais protege o meio ambiente, é a que mais sofre quando tem os desastres naturais, para dizer que nós queremos estar no processo de construção da justiça climática, da sustentabilidade, e que nós precisamos também construir, consolidar pesquisas, dados e informações sobre o dia a dia, a rotina e o cotidiano das mulheres que garantem a sustentabilidade do meio ambiente."
Assédio
"O que é que o Ministério das Mulheres faz? Ele está na coordenação desse plano junto com a ministra Esther e com o ministro Vinícius [ministro da CGU, Vinícius de Carvalho e ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck], e nós temos o 180 e a Ouvidoria das Mulheres, que é onde geralmente as principais denúncias chegam, porque as mulheres querem ser acolhidas, serem cuidadas, então isso tudo é um plano, é um planejamento que nós estamos fazendo."