Os últimos tempos são considerados por muitos especialistas como uns dos piores para a Ucrânia em todo o período de conflito, já que há meses as Forças Armadas ucranianas têm recuado constantemente, perdendo, às vezes, vários povoados em um dia.
Assim, Mearsheimer não questionou sequer a possibilidade de derrota de Kiev e discutiu o momento em que ela vai ocorrer.
"Do ponto de vista de Trump, seria melhor se a Ucrânia perdesse claramente a guerra antes de ele se tornar presidente. Porque se a Ucrânia entrar em colapso depois de ele ser presidente, ele vai ser acusado de ter perdido a Ucrânia", disse ele em uma entrevista ao canal do YouTube The Duran.
De acordo com ele, a Ucrânia surge como uma moeda de troca que as duas administrações estão tentando jogar uma com a outra, com "o governo Biden fazendo todo o possível para apoiar os ucranianos" em uma tentativa de não permitir que Kiev perca antes da posse de Trump em 20 de janeiro de 2025.
Mearsheimer também acha que Trump não vai ser capaz de encerrar o conflito de forma favorável porque não vai querer aceitar as condições básicas de Moscou: neutralidade total de Kiev e reconhecimento das novas regiões e da Crimeia como parte da Rússia.
O problema vai ser agravado por políticos militantes, "falcões" em posições na administração Trump, enfatizou o analista político.
Anteriormente, o conselheiro de Segurança Nacional do presidente dos EUA Jake Sullivan disse que Biden vai pedir ao Congresso fundos adicionais para apoiar a Ucrânia antes de deixar seu cargo.
De acordo com ele, o governo Biden vê a necessidade e a lógica de Washington alocar dinheiro para Kiev até 2025.
Anteriormente, Trump prometeu que seria capaz de chegar a uma solução negociada do conflito ucraniano, dizendo que poderia resolver o conflito na Ucrânia em um dia.
O Kremlin respondeu observando que o problema era muito complexo para uma solução tão simples.
Além disso, Trump criticou repetidamente a abordagem dos EUA em relação ao confronto na Ucrânia e ao atual líder ucraniano Vladimir Zelensky, chamando esse de "o maior vendedor da história", que leva US$ 60 milhões (R$ 344 milhões) com ele cada vez que visita os EUA.