A reivindicação é um dos principais pilares defendidos pelo Brasil durante a presidência do grupo neste ano. "O Conselho de Segurança corresponde ao mundo de 1945", disse durante coletiva de imprensa. O dirigente da ONU lembrou ainda sobre falta de representantes do Sul Global no órgão.
Guterres ressaltou que a revisão do Conselho de Segurança é fundamental para restaurar a legitimidade e credibilidade do sistema global, que enfrenta desafios crescentes, como mudanças climáticas, desastres naturais, campanhas de desinformação e conflitos globais, incluindo a crise humanitária em Gaza.
"Não é algo que se faz de um dia para o outro, mas é um pilar essencial para que o mundo seja mais justo", afirmou o dirigente. O secretário-geral da ONU também defendeu a reforma do sistema de Bretton Woods, criado em 1944, para que as economias emergentes tenham maior voz nas decisões econômicas globais.
Os membros permanentes do CSNU são China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. Ainda há os países rotativos, que atuam sem poder de veto das decisões.
Agenda climática e justiça social no foco
A agenda de Guterres no G20 incluirá nos próximos dias discussões sobre inclusão social, combate à fome e à pobreza, transição energética e a importância de um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.
Durante o discurso, O dirigente destacou ainda a necessidade de atenção especial aos países mais vulneráveis, como pequenas ilhas altamente impactadas pelas mudanças climáticas. "O dinamismo da economia e da sociedade global exige novas leis internacionais que respondam aos desafios ambientais e sociais", afirmou.
Outro tema central abordado foi o impacto da inteligência artificial no desenvolvimento sustentável e na governança global.
"Se o G20 se divide, perde relevância, e isso é ruim para a governança global. Precisamos encontrar consenso para transformar esta reunião em um sucesso e avançar na Agenda 2030", declarou, referindo-se ao compromisso global com o combate às desigualdades e à promoção do desenvolvimento sustentável.
Guterres ainda pediu medidas concretas para aliviar a dívida dos países em desenvolvimento junto aos organismos da ONU, a exemplo do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI). "As economias emergentes têm um papel muito menor do que deveriam nas decisões globais. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para mudar isso", garantiu.
Após o G20, Guterres viajará para Baku, no Azerbaijão, onde participará da COP29, reforçando seu compromisso com a agenda climática e a promoção de soluções globais inclusivas.