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'Globalização neoliberal fracassou', diz Lula ao defender multilateralismo no G20 (VÍDEOS)

Em seu discurso na abertura da 2ª Sessão da Reunião de Líderes do G20 para tratar de reformas institucionais, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, ressaltou o momento de criação do grupo e ponderou mudanças necessárias para se adaptar à nova ordem do mundo.
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Lula lembrou, durante sua fala, que a história da criação do G20 está entrelaçada aos abalos sofridos pela economia global nas últimas décadas, lembrando das sucessivas crises financeiras durante a década de 1990.
O presidente brasileiro fez questão de ressaltar que, naquele momento de crise, "escolheu-se salvar os bancos, em vez de ajudar pessoas, optou-se por socorrer o setor privado, em vez de fortalecer o Estado, decidiu-se priorizar economias centrais, em vez de apoiar países em desenvolvimento. O mundo voltou a crescer, mas a riqueza gerada não chegou aos mais necessitados".
Em sua fala, Lula enfatizou que sabe que "a globalização neoliberal fracassou" e que "a comunidade internacional parece resignada a navegar sem rumo por disputas hegemônicas".

"Permanecemos à deriva, como se arrastados por uma torrente que nos empurra para uma tragédia", disse.

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O mandatário brasileiro também voltou a chamar atenção para a composição do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU). Segundo ele, a omissão do CSNU tem sido uma ameaça à paz e à segurança internacional.

"O uso indiscriminado do veto torna o órgão refém dos cinco membros permanentes: do Iraque à Ucrânia, da Bósnia a Gaza […]. Está consolidado que nem todos os territórios merecem ter a sua integridade respeitada e que nem todas as vidas têm o mesmo valor", criticou.

O presidente também liberou acontecimentos no cenário internacional, que descreveu como "intervenções desastrosas" no caso do Afeganistão e da Líbia. Ademais, criticou o estabelecimento de sanções unilaterais e ressaltou que as instituições de Bretton Woods "impuseram obstáculos aos próprios Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que deveriam promover".
Lula também afirmou que "a diplomacia vem perdendo espaço para a intransigência".
Já encaminhando para o final de sua fala, o presidente brasileiro ressaltou a importância da taxação dos super-ricos, projeto-chave da presidência brasileira do G20.

"Uma taxação de 2% sobre o patrimônio de indivíduos super-ricos poderia gerar recursos da ordem de US$ 250 bilhões por ano [R$ 1,44 trilhão] para serem investidos no enfrentamento dos desafios sociais e ambientais do nosso tempo", disse.

Segundo fez questão de salientar Lula, "o futuro será multipolar".

"A resposta para a crise do multilateralismo é mais multilateralismo. Não é preciso esperar uma nova guerra mundial ou um colapso econômico para promover as transformações de que a ordem internacional necessita."

No encerramento, o presidente do Brasil citou o poeta Carlos Drummond de Andrade, que escreveu o poema "Congresso Internacional do Medo", que aborda o sentimento prevalente de temor em meio à Segunda Guerra Mundial.
"Para evitar que o título desse poema volte a descrever a governança global, não podemos deixar que o medo de dialogar triunfe", finalizou o presidente.
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