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Lula afirma que investimento com guerras é mil vezes maior do que com saúde, em evento com a OMS

Países ricos gastam mil vezes mais para destruir do que para curar e prevenir, lamentou nesta terça-feira (19) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, no encerramento da Cúpula do G20, no Rio de Janeiro.
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De acordo com Lula, enquanto o orçamento anual da OMS é de cerca de US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 14,4 bilhões) por ano, o investimento global em conflitos armados é de US$ 2,4 trilhões (cerca de R$ 13,8 trilhões).

"Para destruir vidas e para destruir a infraestrutura que levou anos para ser construída por pessoas, os países ricos investem muito mais do que para salvar vidas. Essa é a contradição do mundo em que vivemos hoje. É por isso que trouxemos o tema da desigualdade, do combate à fome e à pobreza para o G20", disse Lula.

Esta foi a última agenda oficial de Lula no G20. Ao lembrar de sua infância pobre e das dificuldades de acesso à saúde no sertão pernambucano, Lula refletiu que combater a pobreza não é prioridade na agenda dos governantes mundiais, porque eles nunca experimentaram fome e pobreza:

"Isso não está no dia a dia deles, então é secundário. Na mesa deles não se senta ninguém para colocar esses problemas […] Esse debate sobre a saúde no G20 é um caminho extremamente importante para investir em doenças que não deveriam mais existir."

Lula lembrou que em países ricos sobraram vacinas de COVID-19, enquanto em países no continente africano pessoas morreram por não terem tido acesso à vacinação. "O problema não é falta de dinheiro", afirmou ele.
Na ocasião, o dirigente da OMS informou os resultados da rodada de investimentos da OMS, que visa arrecadar US$ 7,1 bilhões (cerca de R$ 41 bilhões) para os próximos quatro anos, adicional ao orçamento projetado por outras fontes de receita (cerca de US$ 2,5 bilhões, em torno de R$ 14,4 bilhões).
Ele celebrou o fato de que nações e entidades "prometeram" nessa cúpula o aporte financeiro de um total de US$ 1,7 bilhão (R$ 9,8 bilhões).
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A ministra da Saúde lembrou que o apoio à rodada de investimentos da OMS está na declaração final de líderes do G20 e afirmou que o incentivo foi uma das prioridades do Brasil na cúpula, assim como a reforma da governança global para favorecer a equidade e a justiça entre os países, fortalecendo organismos multilaterais, como a OMS e a saúde no planeta.
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