Transição energética e sustentabilidade foram os temas da terceira e última sessão do G20, no Rio de Janeiro.
Em seu discurso de abertura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apontou a necessidade de criar um mecanismo global de combate às mudanças climáticas, no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Precisamos de uma governança climática mais forte. Não faz sentido negociar novos compromissos se não temos um mecanismo eficaz para acelerar a implementação do Acordo de Paris", disse o presidente. "O Brasil convida a comunidade internacional a considerar a criação de um Conselho de Mudança do Clima na ONU, que articule diferentes atores, processos e mecanismos que hoje se encontram fragmentados", acrescentou.
A reunião desta terça-feira (19) culmina com a cerimônia de transferência da presidência do G20 do Brasil para a África do Sul, que lidera o grupo em 2025.
Previsto para ser emitido no encerramento da cúpula, o texto final foi divulgado antecipadamente, na noite de segunda-feira (18). Apenas duas palavras foram alteradas no documento final, uma vitória para a diplomacia brasileira. No ano passado, em Nova Deli, Índia, os países não chegaram a um consenso devido a questões relacionadas às sanções aplicadas contra a Rússia e ao conflito ucraniano.
Desta vez, a declaração final defende uma "paz abrangente, justa e duradoura" e "relações pacíficas, amigáveis e de boa vizinhança entre as nações. O texto também pede um cessar-fogo na Faixa de Gaza e expressa preocupação com a escalada do conflito para o Líbano.
Os conflitos mundiais, no entanto, não foram o tema principal do encontro. A presidência brasileira elencou como foco do evento o desenvolvimento sustentável e a urgência de combater as mudanças climáticas. No documento, os líderes também exaltaram a iniciativa contra a insegurança alimentar, formalizada na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada no evento, e reconheceram a necessidade de uma reforma da governança global baseada em soluções multilateralmente acordadas, inclusive no órgão máximo das Nações Unidas.
"Nós nos comprometemos a reformar o Conselho de Segurança [da ONU] por meio de uma reforma transformadora que o alinhe às realidades e demandas do século XXI, que o torne mais representativo, inclusivo, eficiente, eficaz, democrático e responsável, e mais transparente para toda a comunidade das Nações Unidas, permitindo uma melhor distribuição de responsabilidades entre todos os membros, ao mesmo tempo que melhora a eficácia e a transparência dos seus métodos de trabalho", diz a declaração do G20.