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Brasil e China assinam 37 acordos de cooperação em visita de Xi Jinping ao Brasil

O Brasil e a China firmaram 37 acordos durante a visita de Xi Jinping ao Brasil para a Cúpula de Líderes do G20, no Rio de Janeiro, e para uma reunião bilateral com o presidente Lula, em Brasília.
Sputnik
Os atos foram anunciados na tarde desta quarta-feira (20) pelo Ministério das Relações Exteriores e vão desde entendimento técnicos, como protocolos sanitários para a exportação de uvas frescas de mesa para a China e colaboração em regulamentações de pesticidas, a acordos mais substanciais, como o estabelecimento de sinergias entre programas de infraestrutura brasileiros e a Iniciativa Cinturão e Rota chinesa.
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Em seu discurso após a finalização das assinaturas, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou o momento:
"Estabeleceremos sinergias entre as estratégias brasileiras de desenvolvimento, como a Nova Indústria Brasil (NIB), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Programa Rotas da Integração Sul-Americana, e o Plano de Transformação Ecológica, e a Iniciativa Cinturão e Rota."
Para dar "concretude" à sinergia, foram lançadas duas forças-tarefas, uma sobre cooperação financeira e a outra sobre desenvolvimento produtivo e sustentável, que apresentarão projetos prioritários em até dois meses.
As áreas beneficiadas pelos acordos são: agricultura, comércio, investimentos, infraestrutura, indústria, energia, mineração, finanças, ciência e tecnologia, comunicações, desenvolvimento sustentável, turismo, esportes, saúde, educação e cultura.
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Dentre esses estão um contrato de captação entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o China Development Bank (CDB).
Com grande destaque, foi também realizado um acordo de exportação de café para a grande rede de cafeterias chinesa Luckin Coffee, para o fornecimento de 240 mil toneladas do grão brasileiro entre 2025 e 2029. "A um valor estimado de US$ 2,5 bilhões [R$ 14,43 na cotação atual]."
Reunião ampliada entre Brasil e China com a presença do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu homólogo chinês, Xi Jinping, no Palácio da Alvorada. Brasília, em 20 de novembro de 2024.
O sistema elétrico também foi foco da parceria entre ambos os países. Foi criada a Aliança para Inovação e Compartilhamento Tecnológico no Setor Elétrico (EISA, na sigla em inglês), que reúne 16 empresas, universidades e centros de pesquisa para estudar melhorias no setor elétrico brasileiro e chinês.
Especialistas brasileiros serão enviados à China para estudar as tecnologias de alta capacidade para transmissão.
Um dos principais articuladores do acordo foi a estatal chinesa State Grid, maior companhia de transmissão elétrica do mundo. Nos últimos meses, a empresa vem abocanhando setores das linhas de transmissão brasileiras nos leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Parceria com 'Starlink' chinesa

Um dos maiores destaques da visita da delegação chinesa ao Brasil ficou a cabo dos acordos firmados entre o Ministério das Comunicações, a Administração Nacional de Dados da China e a empresa privada chinesa SpaceSail.
A ideia é utilizar a constelação de satélites de baixa órbita para prover um serviço de Internet de alta velocidade em locais onde a infraestrutura convencional não chega.
A tecnologia utilizada é a mesma da norte-americana Starlink, do bilionário Elon Musk. Hoje, a empresa estadunidense detém 45,9% do mercado de Internet via satélite no Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
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Atualmente, a SpaceSail possui 18 satélites em órbita, frente a 6 mil da constelação da Starlink. No entanto, seus planos preveem o lançamento de 15 mil até 2030.
Ainda não há prazo para a entrada concreta da companhia chinesa no Brasil. Um memorando de entendimento com a Telebras também foi assinado para que a SpaceSail possa auxiliar a estatal brasileira em seu Programa de Governo Eletrônico - Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac), que leva Internet para locais com carência de sinal, como escolas rurais, unidades de saúde e comunidades indígenas e quilombolas.
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