Na última segunda-feira (25), Trump afirmou que imporia "uma tarifa adicional de 10%, acima de quaisquer tarifas adicionais" sobre as importações da China — que já ficariam na casa dos 60% — uma notícia que tem afetado o complexo industrial de Pequim, que vende produtos no valor de mais de US$ 400 bilhões (cerca de R$ 2,3 trilhões) anualmente para os EUA.
A nova política protecionista norte-americana fez com que economistas projetassem metas de crescimento para China, para 2025 e 2026, inferiores em 0,2% e 0,7% que as anteriores — respectivamente, para 4,1% e 3,8%, segundo a Reuters. Mas enquanto o mundo comenta a austeridade nas medidas de Trump e a promessa de uma guerra comercial acirrada, um novo elemento surgiu nesta equação chamando a atenção da mídia chinesa: o fentanil.
De acordo com o China Daily e o Global Times (GT), Washington está buscando um bode expiatório para seu problema com drogas, justificando de forma infundada que Pequim teria responsabilidade por sua crise interna. Mas o que a mídia faz questão de apontar, é que tentar eleger um culpado não resolve o problema, nem garante qualquer tipo de cooperação com o governo chinês no caminho de uma proposta para uma solução.
Corroborando falas de autoridades em Pequim, o GT citou o porta-voz da embaixada chinesa em Washington sobre a questão. Segundo ele, "não há vencedores em guerras tarifárias. Se os EUA continuarem a politizar questões econômicas e comerciais ao armar tarifas, não deixará nenhuma parte ilesa".
Em resposta à Agência Xinhua sobre a retórica norte-americana, o representante de Comércio Internacional da China e vice-ministro do Comércio, Wang Shouwen, disse na sexta-feira (22) que a história mostrou que aumentar tarifas sobre produtos chineses não pode resolver o déficit comercial do país que impõe tarifas, ao contrário, estimula o aumento de preços e a inflação, que normalmente recai sobre os consumidores.