Panorama internacional

Novo encontro entre Trump e Kim Jong-un poderá ocorrer no segundo semestre de 2025, diz especialista

O retorno dos contatos diretos entre os líderes de Estados Unidos e República Popular Democrática da Coreia (RPDC) é uma questão de tempo, e um novo encontro entre Donald Trump e Kim Jong-un pode ocorrer já na segunda metade do próximo ano, afirmou à Sputnik o reitor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos, Yang Moo-jin.
Sputnik
Nesta semana, a Reuters informou que a equipe do presidente eleito Donald Trump planeja realizar negociações diretas com Kim Jong-un, como parte de um "novo impulso diplomático". No entanto os objetivos políticos e o cronograma exato ainda não foram estabelecidos.

"A implementação dessa versão sobre o retorno ao diálogo direto entre Trump e Kim Jong-un é apenas uma questão de tempo. Considerando a prioridade dada por Trump à diplomacia da paz, o tempo necessário para a formação da equipe diplomática e a necessidade de êxitos na política externa, é bastante provável que a realização de uma nova cúpula entre a Coreia do Norte e os EUA aconteça na segunda metade de 2025 ou na primeira metade de 2026", afirmou Yang Moo-jin.

O especialista lembrou que o republicano tem uma relação amigável com Kim Jong-un e que o líder norte-coreano também se abstém de criticar diretamente Trump.
Ao mesmo tempo, a estratégia de política externa do futuro presidente, segundo o especialista, prevê a busca pela paz com base na força, quando pressão e diálogo caminham lado a lado. Esse approach será aplicado tanto na busca por uma solução para o conflito na Ucrânia quanto para a suspensão das hostilidades no Oriente Médio.
Por outro lado, a estratégia de política externa de Kim Jong-un, de acordo com Yang Moo-jin, será de diálogo seletivo com base no fortalecimento de seus próprios poderes nucleares. Isso levará à rejeição da arquitetura de segurança regional no espírito de uma nova Guerra Fria, onde o bloco formado por Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão se opõe a República Popular Democrática da Coreia, China e Rússia. Ao mesmo tempo, Pyongyang continuará a estreitar laços com a Rússia e manterá uma postura hostil em relação à Coreia do Sul, mas terá diálogo com os EUA.
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Donald Trump e Kim Jong-un compartilham o desejo de construir grandes nações e colocar os interesses de seus países em primeiro lugar, observou o especialista. No entanto, a diferença é que os EUA podem projetar seu princípio de "América em primeiro lugar" para o mundo todo, enquanto a RPDC, sendo o lado mais fraco, pode convencer apenas sua própria população disso.
Yang Moo-jin também afirmou que ainda não está claro se a administração do presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, está pronta para o possível retorno das negociações entre Washington e Pyongyang. Segundo ele, o governo ainda parte da ideia de que os acordos norte-americanos sobre dissuasão nuclear da RPDC e o fortalecimento da cooperação trilateral com Tóquio são inegociáveis e não está disposto a reconhecer as mudanças que estão por vir.
O especialista observou que, se o governo sul-coreano realmente teme a possibilidade de participação de militares da Coreia do Norte na Ucrânia e de adquirirem experiência em combates modernos, seria mais lógico para Seul não enviar militares, mas sim entrar em contato com os representantes de Trump o mais rápido possível e apoiar os esforços diplomáticos para encerrar a guerra.

"Se for possível, em colaboração com a administração Trump, alcançar resultados por meio da diplomacia da paz, isso não apenas melhorará a imagem da Coreia do Sul como um Estado pacífico, mas também apoiará a desnuclearização e a busca pela paz na península Coreana", concluiu o especialista.

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