O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, escolheu Kashyap "Kash" Patel para o cargo de diretor do Departamento Federal de Investigação (Federal Bureau of Investigation, FBI).
Como o atual chefe do FBI, Christopher A. Wray, ainda tem três anos de seu mandato de dez anos restantes, ele terá que renunciar ou Trump terá que demiti-lo para que a nomeação aconteça.
A escolha, que já provocou reações mistas dos legisladores, está sujeita também à confirmação do Senado dos EUA.
O que saber sobre Kash Patel:
Kashyap Patel, ex-defensor público e promotor federal, foi assessor de segurança nacional durante o primeiro mandato de Trump. Durante o governo, Patel "desempenhou um papel fundamental na descoberta da farsa russa defendendo a verdade, a responsabilidade e a Constituição", escreveu Trump em uma publicação em seu perfil na Truth Social.
"Kash fez um trabalho incrível durante meu primeiro mandato, onde atuou como chefe de gabinete do Departamento de Defesa, vice-diretor de inteligência nacional e diretor sênior de contraterrorismo no Conselho de Segurança Nacional."
Desde 2016, nomes do Partido Democrata acusam Donald Trump de conspirar ilegalmente com o governo russo como parte da narrativa desacreditada do "Russiagate". A investigação Trump-Rússia acabou sendo um fiasco completo, sem nenhuma evidência encontrada para apoiar as alegações.
Patel é um defensor fervoroso de realizar uma reorganização no Departamento de Justiça e no FBI. A sede do Bureau em Washington, DC, deveria ser desmantelada e transformada em um "museu do Estado profundo", disse o novo chefe do departamento investigativo em uma entrevista de podcast em setembro.
"Este FBI acabará com a crescente epidemia de crimes na América, desmantelará as gangues criminosas de migrantes e deterá o flagelo maligno do tráfico de pessoas e drogas pela fronteira", destacou Trump em seu anúncio.
O novo chefe do FBI condenou a agência por seu mandato de busca de 2022 na residência de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, que resultou em acusações contra o ex-presidente por reter documentos confidenciais.
Aparecendo no podcast "War Room", apresentado por Steve Bannon, no ano passado, Patel prometeu "sair e encontrar os conspiradores não apenas no governo, mas na mídia" que "ajudaram Joe Biden a fraudar as eleições presidenciais" em 2020.
Segundo Patel, o "Estado profundo" é "a ameaça mais perigosa à nossa democracia". Ele aplicou o termo a líderes políticos, magnatas da Big Tech, mídia e "membros da burocracia não eleita".
O senador democrata Chris Coons escreveu em seu perfil no X que Patel "precisa provar ao Comitê Judiciário do Senado que ele tem as qualificações certas" e que "colocará a segurança pública da nossa nação acima de uma agenda política focada em retaliação".
O ex-congressista Matt Gaetz, acusado de participar de esquema de tráfico sexual, afirmou em uma mensagem de vídeo em sua conta no X que conhece o histórico de Patel. "Ele está contra alguns dos piores abusos da Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira [Foreign Intelligence Surveillance Act, FISA]", acrescentando em texto ainda que "Kash tem coragem!".