Em julho, mesmo antes da crise do governo, o gabinete alemão anunciou que o governo alemão, como parte do projeto de orçamento para 2025, pretendia reduzir pela metade a ajuda à Ucrânia de € 8 bilhões (aproximadamente R$ 50,9 bilhões) para € 4 bilhões (mais de R$ 25,4 bilhões).
De acordo com Papperger, a Alemanha deve estabelecer um orçamento muito maior para apoio militar a Kiev, que excederá € 8 bilhões em despesas anuais.
"Pelo menos € 10 bilhões devem ser aprovados como ajuda adicional", disse ele.
Neste contexto, Papperger expressou preocupação de que não seria capaz de manter a capacidade total do novo empreendimento na comunidade de Unterlues, na Baixa Saxônia, onde, entre outras coisas, é produzida munição para a Ucrânia, sem financiamento estatal — se a Rheinmetall não encomendar matérias-primas com antecedência, a fábrica pode fechar em um ano ou um ano e meio, observou.
O chefe da Rheinmetall também disse que seriam necessários € 350 bilhões a € 400 bilhões (cerca de R$ 2,2 trilhões a R$ 2,5 trilhões) adicionais para modernizar a Bundeswehr (Forças Armadas alemãs).
Anteriormente, a empresa relatou um aumento nas vendas no primeiro semestre do ano, aumentando para € 3,8 bilhões (cerca de R$ 24,2 bilhões), o que é 33% maior do que o mesmo valor no ano passado. Isso se deve, entre outras coisas, ao fornecimento de armas para a Ucrânia, conforme declarado em um comunicado à imprensa da Rheinmetall.
Em agosto, a mídia alemã relatou que Berlim foi forçada a reduzir a ajuda militar à Ucrânia, uma vez que, de acordo com o atual planejamento orçamentário do governo alemão, novos fundos não foram mais alocados para esses propósitos. Foi especificado que as entregas já aprovadas ainda seriam realizadas, mas solicitações adicionais do Ministério da Defesa alemão não precisariam mais ser aprovadas, de acordo com a ordem do chanceler alemão Olaf Scholz, que mais tarde garantiu que a Alemanha continuaria sendo o maior doador de ajuda à Ucrânia na Europa.
Em novembro, a Alemanha enfrentou uma séria crise governamental depois que o ministro das Finanças, Christian Lindner, foi demitido por insistência de Scholz. Entre os motivos para essa decisão, ele citou a relutância de Lindner em aprovar tanto um aumento nos gastos para apoiar a Ucrânia quanto investir no futuro da Alemanha como parte do planejamento do orçamento de Estado.