O encontro bilateral foi conduzido pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, uma vez que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou por uma cirurgia de emergência na manhã desta terça. Essa é a primeira vez que um líder eslovaco vem ao Brasil.
Juntas, as comitivas governamentais assinaram acordos de cooperação nas áreas de defesa, Justiça e inteligência, além de um protocolo que evita a dupla tributação e previne a evasão fiscal do imposto de renda entre os dois países.
Em seu discurso, o vice-presidente Alckmin especificou que as tratativas buscam aumentar a cooperação dos países nas áreas de segurança cibernética e de combate a ilícitos internacionais.
"O Brasil está pronto para contribuir para a modernização da Força Aérea eslovaca por meio da aeronave C-390 Millennium", adicionou.
Alckmin desejou que os laços entre Brasil e Eslováquia continuem se fortalecendo e convidou o país europeu a participar da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), a ser realizada na Amazônia.
O vice-presidente ainda destacou as similaridades entre as visões de diplomacia dos dois países. "A política externa universalista brasileira e a política externa dos quatro pontos cardeais, eslovaca, têm muito em comum. De norte a sul, de leste a oeste, a divisão do mundo em blocos antagônicos é uma armadilha que devemos evitar."
Robert Fico, que sofreu um atentado em maio, no qual foi baleado cinco vezes, desejou em nome de sua nação uma rápida recuperação ao presidente Lula. Da mesma forma, Alckmin expressou satisfação em ver o premiê recuperado do ataque que sofreu.
"O mundo precisa de uma personalidade como o presidente dos senhores. Eu me encontrei com ele em São Paulo em 2003, em uma reunião de partidos socialistas, e desde aquele momento eu me convenci de que ele é um líder de envergadura mundial."
Em sua fala, o premiê destacou as recentes iniciativas globais brasileiras, como a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, firmada na Cúpula do G20 em novembro, e os pedidos pela reforma da governança global, em especial do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), no qual o Brasil advoga por um assento e uma expansão do órgão.
"Eu estou convencido de que o Brasil terá um papel importante na reforma das Nações Unidas, e compartilhamos as mesmas opiniões. Precisamos aumentar o CSNU […]. Apoiamos a candidatura dos senhores e pedimos o seu apoio para [nossa candidatura para] membro temporário em 2028."
Fico ainda reiterou seu desejo de fazer parte do Amigos da Paz, iniciativa que propõe uma solução mediada para o conflito ucraniano desenvolvida pelo Brasil e pela China. A fórmula sino-brasileira pede a diminuição do conflito e o reconhecimento de que só a diplomacia trará a paz para a região.
Alckmin, por sua vez, agradeceu ao apoio eslovaco e ao interesse de Bratislava de se tornar um membro observador do Amigos da Paz.