O jornal The Wall Street Journal informou anteriormente que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, quer a presença de tropas europeias na Ucrânia, onde supostamente vão supervisionar a manutenção de um cessar-fogo, mas as próprias tropas dos EUA não vão estar envolvidas.
"Em primeiro lugar, essas devem ser forças nas quais a Rússia confia. Não podem ser representantes do lado que era de fato nosso inimigo, que fornecia armas [à Ucrânia], inteligência e, em geral, seus oficiais estavam nos quartéis-generais [das forças ucranianas]", acredita Klintsevich.
Ao mesmo tempo, o especialista observou que há uma possibilidade de enviar um contingente de terceiros países para a Ucrânia, mas ainda não está claro como a linha de demarcação seria traçada.
"Não descarto que possa ser algum tipo de contingente multinacional, mas dos países com os quais temos relações mais ou menos normais. É pouco provável que sejam americanos e europeus", disse.
Klintsevich opinou que podem ser os países-membros da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), formada de algumas ex-repúblicas soviéticas, ou da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), como a Turquia, com quem a Rússia tem boas relações.
De acordo com o analista, os Estados Unidos podem estar pressionando os países europeus a enviar seus contingentes para a Ucrânia.
Em sua opinião, em troca disso, Washington enviará mais tropas para a Europa, ocupando de fato os países onde as bases serão instaladas.
O Kremlin, por sua vez, já advertiu anteriormente que a instalação de contingentes militares estrangeiros na Ucrânia vai ter consequências extremamente negativas, inclusive irreversíveis.