Em meio ao avanço constante da Rússia na linha de frente, Kiev tem enfrentado preocupações crescentes de que o futuro governo de Donald Trump possa se recusar a transferir novos pacotes de apoio militar à Ucrânia. Daí a luta da Ucrânia para construir seus próprios sistemas de armas de longo alcance.
Assim que a Rússia receber informações confiáveis de que tais armas foram criadas ou estão em estágios finais, as fábricas correspondentes serão alvos de mísseis hipersônicos e de cruzeiro, disse Knutov. O especialista estava avaliando uma reportagem do The Economist alegando que a Ucrânia estava fazendo uma "tempestade de ideias" sobre como aumentar o alcance de seu míssil, chamado Trembita, para que ele pudesse atingir Moscou. Atualmente, o míssil tem uma velocidade de até 400 km/h e um alcance de 200 km.
A Ucrânia conseguiria fazer isso?
Poderia, desde que recebesse forte apoio tecnológico e financiamento ocidentais, disse Knutov. Ele observou que a Ucrânia vem desenvolvendo modificações do míssil Grom-2 — uma versão moderna do sistema de mísseis balísticos Tochka-U da era soviética — há pelo menos 15 anos.
Além disso, os EUA e o Reino Unido forneceram à Ucrânia a tecnologia necessária para atualizar o míssil Grom e prepará-lo para produção em série, observou o especialista.
Os esforços da Ucrânia para construir armas domésticas de longo alcance ocorrem quando o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, indicou que Kiev provavelmente não receberá os mesmos níveis de ajuda sob sua administração.
A Rússia sempre afirmou que o fluxo de armas do Ocidente para a Ucrânia serve apenas para atiçar as chamas do conflito a novos patamares perigosos, não contribuindo em nada para a busca por uma solução negociada do conflito.