Pela primeira vez na história, um tribunal da Coreia do Sul emitiu um mandado de prisão para um presidente do país que, embora afastado de suas funções, ainda segue em exercício. A informação foi divulgada pela agência de notícias sul-coreana Yonhap.
"O tribunal emitiu um mandado de prisão para o presidente Yoon Suk-yeol sob a acusação de sedição. Um mandado de prisão para um presidente em exercício foi emitido pela primeira vez na história constitucional [da Coreia do Sul]", escreveu a agência.
Junto com o mandado de prisão, o tribunal também emitiu um mandado de busca que tem como alvo a residência presidencial.
Anteriormente foi relatado que a equipe de investigadores que analisa o caso de Yoon Suk-yeol solicitou um mandado de prisão para o presidente afastado, já que ele ignorou três vezes uma intimação para interrogatório no caso de sua imposição da lei marcial.
Yoon Suk-yeol é acusado de sedição e abuso de poder por ter declarado lei marcial no país entre os dias 3 e 4 de dezembro e, também, por ter enviado tropas ao parlamento para impedir que os legisladores votassem para revogar a lei.
Yoon Suk-yeol negou as acusações, dizendo que sua declaração de lei marcial foi um "ato de Estado" para "alertar o partido da oposição" contra o que chamou de "abuso de poder legislativo", uma vez que a oposição detém agora a maioria no parlamento da Coreia do Sul.
O parlamento votou pelo impeachment do presidente em 14 de dezembro. Os poderes de Yoon Suk-yeol estão temporariamente suspensos, e o Tribunal Constitucional irá considerar a questão da destituição do presidente do cargo. O tribunal terá 180 dias para fazer isso.
Inicialmente, o primeiro-ministro, Han Duck-soo, tornou-se o chefe de Estado interino, mas mais tarde o parlamento também votou por seu impeachment. No momento, atua como presidente interino da Coreia do Sul o vice-primeiro-ministro de Assuntos Econômicos e ministro das Finanças, Choi Sang-mok.