A ex-diretora médica e conselheira do governo britânico Dame Sally Davies afirmou ao meio de comunicação que cerca de 1 milhão de pessoas morrem anualmente devido à resistência antimicrobiana, um número que deverá aumentar nos próximos anos.
De acordo com a publicação, procedimentos de rotina, como cirurgias e partos, podem representar riscos para a vida dos pacientes devido às bactérias que desenvolveram essa resistência.
"Os dados recentes mostram que a resistência aos antimicrobianos está diminuindo entre crianças menores de cinco anos, o que é uma boa notícia. Para pessoas acima de 70 anos, as taxas de mortalidade aumentaram 80% desde 1990; isso é muito preocupante", disse a doutora Davies à revista.
Segundo a especialista, o desenvolvimento das "superbactérias" tem várias origens, sendo uma das mais preocupantes o setor pecuário, onde se usa uma grande quantidade de antibióticos que pode gerar imunidade contra os medicamentos.
O mau uso médico dos antibióticos e o fato de as pessoas não concluírem seus tratamentos médicos são outros agravantes.
"As bactérias se multiplicam em cerca de 20 minutos. Elas também mutam com frequência e, se isso acontecer na presença de antibióticos e essa mutação as proteger, essas cepas se multiplicarão. E o mais importante é que podem transmitir isso para qualquer outra bactéria com a qual entrem em contato", explicou a especialista.
Sobre o desenvolvimento de novos antibióticos para combater os agentes patógenos resistentes, Davies destacou que o plano enfrenta o obstáculo de que as farmacêuticas não veem incentivos econômicos para pesquisa.
Diante disso, ela ressaltou que, embora os problemas para enfrentar essa questão não sejam insuperáveis, é necessário abordá-los com um senso de urgência.