Discutindo as consequências da possível chegada ao poder do partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão), que em particular quer recuperar o gasoduto Nord Stream que fornece gás russo à Alemanha, Johnson afirmou que, nesse caso, as relações entre Berlim e Washington poderão ser revisadas de modo significativo.
"Já se passaram 80 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial e os EUA ainda mantêm uma presença militar na Alemanha. [...] Em algum momento, a Alemanha dirá: "Ei, obrigado por sua ajuda, Estados Unidos, mas agora saiam. Este país é nosso, não seu. Vocês estão aqui como convidados", disse.
Na opinião de Johnson, a economia alemã é capaz de suportar uma ruptura inesperada com os EUA, mesmo nas atuais condições difíceis para ela.
A relutância de Berlim em entrar em conflito com Washington não se deve à dependência econômica da Alemanha em relação aos Estados Unidos, mas ao simples medo, enfatizou o analista.
"Acredito que, em algum momento, veremos uma onda nacionalista crescente em toda a Europa para dizer aos Estados Unidos que se retirem e isso será mais um sinal da mudança na ordem mundial."
Anteriormente, uma deputada do parlamento alemão, Sevim Dagdelen, do partido Aliança Sahra Wagenknecht – Razão e Justiça, disse que a Alemanha não poderá se dar ao luxo de manter 37.000 soldados estadunidenses em seu território.
Ela também pediu a retirada das armas nucleares dos EUA e criticou os planos de Washington de instalar armas ofensivas na Alemanha.