Considerando os assassinatos dos líderes do Hamas, incluindo o do chefe do Politburo do Hamas, Ismail Haniyeh, e seu sucessor, Yahya Sinwar, "considerável esgotamento" de sua ala militar, devastação humana e física de Gaza, este seria complicado para o braço político do partido representar a opinião de todos os elementos que emergiram durante a severa batalha contra forças israelenses.
"Eu acho que o futuro do conflito refletirá as tensões que serão exploradas pelos norte-americanos e sua marionete, o Estado de Israel", destacou Blumi.
Além disso, Blumi acrescentou que os detalhes do acordo de cessar-fogo que permanece vago, "não são certos" no contexto da terceira fase de reconstrução, incluindo o que o professor chamou dos esforços do Catar "para comandar e reivindicar a representação do Hamas e interesses de escala maior de Gaza".
"Eu penso que o grande combate aqui não será sobre o tema quem obterá a maior parte dos contratos para reconstruir [Faixa de Gaza], mas se realmente haverá uma reconstrução do norte de Gaza, especialmente com palestinos que moram lá", ressaltou Blumi.
O pesquisador finalizou alertando que Netanyahu, Israel e políticos de extrema direita nos Estados Unidos não deixaram completamente a ideia da limpeza étnica de modo obrigatório em Gaza, ou maiores partes de Gaza com sua população palestina. A razão disso não só as possibilidades de desenvolvimento nos termos da propriedade, mas também os campos de gás offshore que eles queriam explorar.
Palestinos se reúnem perto de um prédio destruído por ataques aéreos israelenses na cidade de Khan Yunis. Faixa de Gaza, Palestina, 25 de outubro de 2024
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A primeira fase do acordo que tem três fases está sendo agora implementada e durará 42 dias, realizando a troca de 33 reféns israelenses por mais de 1.600 prisioneiros palestinos. Na segunda fase, as forças israelenses serão forçadas a recuar para as fronteiras da Faixa de Gaza, embora, por enquanto, permaneçam dentro dos limites do enclave. Já a terceira fase é sobre a paz permanente e a reconstrução de Gaza.
No entanto, os representantes do gabinete de Netanyahu e da sua coalizão de extrema direita são contra o cessar-fogo, porque eles não estão felizes com o fato de a milícia permanecer intacta e ser potencialmente capaz de continuar governando em Gaza.