"Há poucos motivos para comemorar" após o acordo entre Israel e Hamas com relação ao conflito na Faixa de Gaza, já que a catástrofe humanitária no enclave "não desapareceu", declarou Nebenzya.
"A catástrofe humanitária, que assola o enclave há mais de 15 meses, não desapareceu. O acordo não incluiu medidas para garantir o fornecimento seguro e desimpedido de ajuda em todos os percursos disponíveis e na quantidade necessária. A presença militar de Israel no enclave continua. Por exemplo, os militares israelenses mantêm o controle sobre o posto fronteiriço de Rafah", afirmou durante uma sessão do Conselho de Segurança.
Nebenzya também criticou os países europeus, que gostam de se apresentar como defensores dos direitos humanos, mas não fazem apelos para responsabilizar aqueles que matam crianças em Gaza.
"A guerra se tornou verdadeiramente um papel de tornassol, revelando a abordagem real do Ocidente na defesa dos direitos humanos", destacou.
Israel e o movimento Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo mediado por Catar, Egito e Estados Unidos, que entrou em vigor em 19 de janeiro e inicialmente tem duração de 42 dias. O acordo também traz a intenção de encerrar definitivamente as hostilidades, que em 15 meses causaram a morte de mais de 47 mil palestinos e cerca de 1,1 mil israelenses.
Além disso, as hostilidades chegaram ao Líbano e Iêmen e também provocaram uma troca de ataques com mísseis entre Israel e Irã.
Os garantidores do acordo vão criar um centro de coordenação no Cairo. Já no 16º dia de cessar-fogo, Israel e Hamas se comprometeram a iniciar negociações sobre a segunda fase do acordo.
Este é o segundo cessar-fogo desde o início do conflito: o primeiro foi alcançado em novembro de 2023 e durou apenas seis dias.