O presidente Donald Trump anunciou na terça-feira (21) a criação da Stargate, uma empresa nacional que investirá US$ 500 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 3 trilhões) no desenvolvimento e avanços em inteligência artificial (IA) nos próximos quatro anos.
A empresa — que será operada pelas empresas de tecnologia SoftBank, OpenAI, Oracle e MGX —receberá um primeiro investimento de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 600 milhões) do governo federal, disse o presidente, que compareceu em uma coletiva de imprensa para dar a notícia junto aos diretores-executivos das referidas empresas.
"É muito dinheiro e pessoas de alta capacidade [estarão envolvidas]", disse Trump durante o anúncio na Casa Branca, acrescentando que o projeto é "uma declaração retumbante" de confiança no potencial tecnológico dos Estados Unidos.
Nesse sentido, o presidente especificou que o projeto Stargate se concentrará nos seus primeiros anos no desenvolvimento de infraestruturas físicas e virtuais "para promover a próxima geração de avanços em IA e isso incluirá a construção de centros de dados colossais". Larry Ellison, cofundador da Oracle, acrescentou que uma infraestrutura já está sendo construída no Texas, onde ficará a sede da nova empresa.
Este anúncio ocorreu horas depois de Trump, durante a assinatura de dezenas de ordens executivas e ações, ter anulado as disposições decretadas pelo seu antecessor Joe Biden, que limitavam certos aspectos do desenvolvimento da inteligência artificial e exigiam investigações sobre os seus riscos potenciais.
Uma análise publicada pela Bloomberg diz que Trump, com estas duas decisões tomadas nas primeiras 48 horas do seu governo, "não só repensa a abordagem dos EUA em relação à IA, como também se distancia da Europa na questão da regulação".
A União Europeia, em lei promulgada em agosto de 2024, mas que entrará em vigor em 2026, estabeleceu leis rígidas para regular e limitar o uso da tecnologia.
Muitos empresários da tecnologia criticaram a decisão, bem como questionaram a ordem executiva de Biden, argumentando que esta restringia a capacidade de inovação e liberdade de expressão.
Analistas apontaram que estas posições, em referência tanto ao governo Biden como ao Parlamento da UE e à Comissão Europeia, visavam tentar prejudicar a China, cujo progresso tecnológico nos últimos anos, especialmente na área da IA e da robótica, tornou o gigante asiático uma grande ameaça ao domínio das grandes empresas norte-americanas, como mostra o caso da tentativa de boicote ao TikTok por parte de Washington.
Enquanto isso, os defensores das medidas afirmaram que as restrições eram necessárias por razões de segurança nacional e de cuidado ambiental, bem como para avaliar o impacto do uso de novas tecnologias, especialmente em crianças e adolescentes.