A estratégia do governo federal é que, com a medida, ocorra o aumento da oferta de determinado alimento e, com isso, a queda no preço. "Não tem explicação para [o preço] estar acima. Todo produto que o preço externo estiver menor que o interno, vamos atuar. O preço se forma no mercado. Se tornarmos mais barata a importação, vamos ter atores do mercado importando. E vão ajudar a abaixar o preço do produto interno", disse ao g1.
Apesar disso, Rui Costa garantiu que essa não é uma medida fora do padrão. "Quero reafirmar taxativamente: nenhuma medida heterodoxa será adotada. Não haverá congelamento de preços, tabelamento, fiscalização. Não terá fiscal do Lula nos supermercados, nas feiras. Não terá rede estatal de supermercados, de lojas. Isso sequer foi apresentado nesta ou em qualquer outra reunião", acrescentou.
A declaração ocorreu após uma reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros para discutir medidas que ajudem a reduzir o preço dos alimentos no Brasil. No ano passado, o setor foi um dos que tiveram a maior inflação, que chegou a 7,69%, enquanto a média ficou em 4,83%, acima da meta do governo.
"Se apresentou uma influência muito forte de preços que os economistas chamam de commodities. Café, soja, milho, laranja, preços que são definidos no mercado internacional. Em vários desses produtos, se constatou uma subida, a exemplo do café", pontuou.
Economia aquecida e alta do dólar no Brasil
No início do mês, após a divulgação dos resultados inflacionários no Brasil em 2024, o novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, atribuiu o estouro da meta da inflação aos fatores climáticos, economia brasileira aquecida e desvalorização da moeda brasileira.
"No âmbito doméstico, a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco [rentabilidade adicional cobrada pelos investidores], as expectativas de inflação e a taxa de câmbio", destacou.
Além disso, Galípolo lembrou da influência das mudanças climáticas na inflação. "A seca que atingiu parte do país pressionou os preços de alimentação, em especial de carnes e leite, em função da deterioração de pastagens, e de produtos como café e laranja", disse.