Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, ele destacou que o declínio na natalidade "é um problema peculiarmente universal". Dois terços da população mundial vivem atualmente em países onde a taxa de natalidade é muito baixa para substituir os habitantes.
Políticos finlandeses reconheceram a derrota de um programa que oferecia benefícios monetários para aumentar a população no segundo menor município do país nórdico.
"Em primeiro lugar, a deterioração da taxa de dependência está exercendo uma pressão significativa sobre as finanças públicas. Em segundo lugar, uma sociedade que envelhece tende a ser menos dinâmica economicamente e menos empreendedora", afirmou Olli Rehn.
Analistas da agência de classificação S&P, citados pelo veículo britânico, estimaram que os déficits fiscais devem disparar até 2060, passando de uma média mundial atual de 2,4% do PIB para 9,1%.
Ou seja, a dívida pública líquida global quase triplicaria se as medidas políticas necessárias não forem implementadas.
"Os formuladores de políticas podem ser tentados a se concentrar em crises mais imediatas. Mas o declínio das taxas de natalidade ameaça causar um profundo mal-estar econômico", alertou o veículo britânico.
Um relatório da consultoria McKinsey destacou que muitas das economias mais ricas do mundo, como o Reino Unido, os Estados Unidos e o Japão, precisarão dobrar o crescimento da produtividade para "manter as melhorias históricas nos padrões de vida diante de quedas acentuadas em suas taxas de natalidade".
O diretor do McKinsey Global Institute, Chris Bradley, alertou que, se nenhuma medida for tomada, "os jovens herdarão um crescimento econômico menor e arcarão com o custo de mais aposentados, enquanto o fluxo tradicional de riqueza entre gerações se erode".