A escolha da América Latina como o primeiro destino oficial do novo secretário de Estado não é por acaso. Nascido em Miami e filho de imigrantes cubanos, Rubio é o primeiro latino-americano a ocupar o cargo de chefe da diplomacia dos EUA.
"Não é por acaso que minha primeira viagem ao exterior como secretário de Estado, para a América Central. Isso é raro entre os secretários de Estado no último século. Por muitas razões, a política externa dos EUA tem se concentrado há muito tempo em outras regiões, ignorando a nossa própria. Como resultado, permitimos que problemas se agravassem, perdemos oportunidades e negligenciamos nossos parceiros. Isso agora chegou ao fim", escreveu Rubio em artigo no Wall Street Journal.
Reivindicações de Trump sobre o Canal do Panamá
Também não é coincidência que a viagem comece pelo Panamá. As relações com o país estão tensas devido às declarações do líder norte-americano Donald Trump, que pretende recuperar o controle de Washington sobre o Canal do Panamá. A área, segundo o republicano, "foi entregue ao país", mas agora está sob influência da China.
Trump também acusou o Panamá de tratar injustamente os navios norte-americanos, incluindo os da Marinha, destacando que os Estados Unidos enfrentam tarifas excessivas pelo uso do canal.
Rubio planeja discutir a influência da China no Panamá durante uma reunião com o presidente José Raúl Mulino, conforme anunciado anteriormente pelo Departamento de Estado. Já Mulino, ao comentar a visita iminente do secretário de Estado, afirmou que negociar a soberania do canal é, em princípio, impossível.
Em seguida, o principal diplomata dos EUA visitará El Salvador, Costa Rica, Guatemala e República Dominicana. A viagem durará até 6 de fevereiro, de acordo com a agenda do Departamento de Estado.
Além da crescente influência da China nesses países, os EUA pretendem abordar questões como migração ilegal e combate ao tráfico de drogas. Em seu artigo, Rubio ameaçou os países da região com consequências caso se recusem a cooperar com os EUA, citando como exemplo a situação com a Colômbia.
Trump chegou a anunciar a imposição de tarifas de 25% sobre produtos colombianos em resposta à recusa da Colômbia em aceitar dois voos militares com migrantes deportados. O republicano também impôs sanções e restrições de vistos.
Diante disso, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, respondeu anunciando o aumento de tarifas sobre produtos norte-americanos, mas depois mudou de ideia e concordou em aceitar os voos.