Panorama internacional

Focos de incêndio na Patagônia argentina consomem mais de 24 mil hectares

Cinco incêndios ativos em três províncias da Patagônia argentina já destruíram, até o momento, 24.494 hectares de florestas, plantações, pastagens e áreas residenciais, alertou o coordenador da campanha de florestas da Greenpeace Argentina, Hernán Giardini, em declarações à Sputnik.
Sputnik
Os focos ativos no parque nacional Nahuel Huapi, na jurisdição de Río Negro, ao sul do país, consumiram, desde o início do fogo, em 25 de dezembro do ano passado, 10,7 mil hectares.
A área devastada pelo fogo nesses cinco incêndios florestais equivale à extensão da cidade de Buenos Aires.
O chefe do Serviço de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (SPLIF, na sigla em espanhol) de Río Negro, Orlando Báez, reconheceu que, devido à falta de recursos, precisam abandonar um incêndio para atender a outro.

"Claramente houve uma subestimação, a nível provincial e nacional, da crise climática, ao não contar com brigadistas e estruturas suficientes para combater os focos", avaliou Giardini. "Agora temos cinco incêndios simultâneos que são difíceis de controlar, e não há capacidade para controlá-los completamente", afirmou o ativista.

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Diante da insuficiência de recursos, os esforços de contenção do fogo estão concentrados nas áreas habitadas, para evitar que o incêndio no parque Nahuel Huapi se espalhe para a localidade de El Manso e para que os incêndios em El Bolsón e Mallín Ahogado não afetem a população próxima.

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A destruição das florestas nativas nas províncias da Patagônia demandará pelo menos 200 anos de recuperação.
"Uma vez que um incêndio dessa magnitude é desencadeado, tenta-se controlá-lo para que não se expanda demais: controlar significa que o perímetro interno do fogo continua queimando", explicou Giardini.
Os incêndios não serão completamente extintos até a época das chuvas, no final de março, especialmente em um contexto em que prevalece o fenômeno La Niña, que provoca o resfriamento das águas superficiais do oceano Pacífico e gera escassez de chuvas na Argentina.
O não cumprimento da Lei de Florestas estabelece penalidades irrisórias, que as empresas assumem como parte do custo de desmatar, alertou a organização ambiental. Como medida preventiva, o Greenpeace também alertou para a introdução de plantações exóticas, como pinheiros não nativos, que facilitam a propagação do fogo em comparação com as florestas nativas, que possuem maior umidade.
A Argentina se tornou um dos 15 países com os maiores níveis de desmatamento do mundo. A nação sul-americana registrou em 2024 um aumento de 10% no desmate, com a destruição de 150 mil hectares de florestas nativas.
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