"As autoridades do Panamá concordaram em não cobrar mais taxas de embarcações do governo dos EUA que transitam pelo canal do Panamá", disse o departamento em um comunicado.
A medida deve render economia de milhões de dólares anualmente às autoridades americanas. O anúncio ocorreu após o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmar em várias ocasiões nas últimas semanas que a transferência do canal para o Panamá enfraqueceu a posição de Washington e que as empresas chinesas ganharam influência significativa sobre sua infraestrutura nos últimos anos.
Ele enfatizou que os Estados Unidos não permitirão a perda de uma rota estrategicamente importante que liga os oceanos Atlântico e Pacífico.
Horas depois, o canal do Panamá negou ter realizado ajustes em suas tarifas para as embarcações norte-americanas.
"Com absoluta responsabilidade, a Autoridade do canal do Panamá, como já indicado, está disposta a estabelecer um diálogo com os funcionários pertinentes dos Estados Unidos sobre o trânsito de navios de guerra desse país", informou o comunicado divulgado nas redes sociais.
No domingo (2), o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, informou que o Panamá não renovará o memorando de entendimento sobre a iniciativa Cinturão e Rota com a China, logo após a reunião com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
Em visita ao país centro-americano, Rubio também teria dito a Mulino que, caso o Panamá não faça "mudanças imediatas" na situação, os EUA se reservam no direito de "tomar as medidas necessárias para proteger seus direitos" sob o Tratado do canal do Panamá de 1977, informa o comunicado.
A iniciativa Cinturão e Rota da China visa conectar 65 países ao redor do mundo por meio de infraestrutura digital e física, incluindo a construção de estradas, portos e redes de telecomunicações, proporcionando a esses países oportunidades econômicas para desenvolver infraestrutura.