O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, pediu nesta quarta-feira (5) que os países apoiem a Autoridade Palestina como parte dos esforços para a recuperação da Faixa de Gaza após o conflito armado com Israel, garantindo a integridade de todos os territórios. A guerra iniciada em outubro de 2023 provocou a morte de mais de 47 mil pessoas e destruiu praticamente toda a infraestrutura da região.
Na última terça-feira (4), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comparou Gaza a um "canteiro de demolição" e afirmou que o país "assumiria" os trabalhos para reconstruir o enclave. O republicano também sugeriu a realocação em massa de palestinos para outros países, como Egito ou Jordânia, como parte de seu plano para transformar Gaza na "Riviera do Oriente Médio".
"Devemos trabalhar para preservar a unidade, a continuidade e a integridade do território, bem como para a recuperação e reconstrução de Gaza. Uma governança palestina forte e unificada é crucial. A comunidade internacional deve apoiar a Autoridade Palestina para esse fim", disse Guterres em uma reunião do Comitê da ONU para o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestino.
Apoio ao Estado Palestino
Guterres reiterou ainda o compromisso da ONU com a solução de dois Estados, que, segundo o secretário-geral da ONU, deve incluir a "criação de um Estado Palestino independente, com Gaza como parte integrante".
"Na busca por soluções, não devemos piorar o problema", afirmou o chefe da ONU, acrescentando que "é essencial evitar qualquer forma de limpeza étnica".
O dirigente também pediu aos Estados-membros que apoiem o trabalho essencial da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, na sigla em inglês), que recentemente teve as atividades proibidas por Israel e o financiamento norte-americano suspenso por Trump.
Um cessar-fogo está em vigor em Gaza desde 19 de janeiro, após um acordo entre Israel e o Hamas para a libertação de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos. O acordo foi mediado pelo Catar, Egito e Estados Unidos, que estabeleceram um centro de coordenação no Cairo.