A astronomia é uma ciência onde os números extremamente grandes são parte do trabalho cotidiano. Mas, mesmo em astronomia, 200 quadrilhões é um número tão grande que raramente é encontrado, escreve o Science Alert.
E se a massa extremamente grande de Quipu não chama atenção, o seu tamanho certamente o faz. O objeto, chamado de superestrutura, tem mais de 400 megaparsecs de comprimento, ou seja mais de 1,3 bilhão de anos-luz.
Uma estrutura tão grande simplesmente tem que afetar seu entorno, e entender esses efeitos é fundamental para entender o cosmos.
De acordo com uma nova pesquisa, estudar Quipu e objetos semelhantes pode nos ajudar a entender como as galáxias evoluem, ajudar a melhorar nossos modelos cosmológicos e melhorar a precisão de nossas medições cosmológicas. O estudo foi aceito para publicação na revista Astronomy and Astrophysics.
Esta imagem mostra cinco superestruturas recém-descobertas. Quipu (vermelho) a maior estrutura já encontrada no Universo. As outras estruturas são Shapley (azul), Serpens-Corona Borealis (verde), Hercules (roxo) e Sculptor-Pegasus (bege)
© Foto / Bohringer et al. 2025
"Para uma determinação precisa dos parâmetros cosmológicos, precisamos entender os efeitos da estrutura local de grande escala do Universo nas medições", escrevem os autores.
Superestruturas são estruturas extremamente grandes que contêm grupos de aglomerados de galáxias e superaglomerados.
Segundo os pesquisadores, Quipu é a maior estrutura já encontrada no Universo. Ela e as outras quatro superestruturas descobertas contêm 45% dos aglomerados de galáxias, 30% das galáxias, 25% da matéria e ocupam uma fração de volume de 13%.
Esta descoberta é mais do que apenas números – ela revela informações sobre a evolução das galáxias, fenômeno conhecido como lente gravitacional e até mesmo a natureza da constante de Hubble, um parâmetro fundamental na cosmologia que descreve a rapidez com que o Universo está se expandindo.