A questão da recuperação da Ucrânia após uma possível reconciliação das hostilidades é cada vez mais preocupante para os países da União Europeia (UE), especialmente após a chegada do presidente dos EUA, Donald Trump, ao poder.
A equipe dele já há muito tempo tem expressado seu descontentamento com a distribuição dos gastos com a defesa ucraniana, dizendo repetidamente que é a Europa que deve arcar com o ônus da manutenção da Ucrânia.
"Proteger a Ucrânia e expandir suas próprias Forças Armadas poderia custar às principais potências do continente [europeu] mais US$ 3,1 trilhões nos próximos dez anos", calcula a Bloomberg.
De acordo com a análise, a UE vai, hipoteticamente, ter que gastar na próxima década:
US$ 175 bilhões (R$ 1 trilhão) para reconstruir as Forças Armadas ucranianas;
US$ 30 bilhões (R$ 172 bilhões) para uma possível força de manutenção da paz de 40.000 homens na Ucrânia;
US$ 230 bilhões (R$ 1,32 trilhão) para reconstruir instalações e infraestrutura ucranianas.
A maioria dos gastos da UE vai ser destinada ao fortalecimento das próprias Forças Armadas, o que forçará os países-membros da união a aumentar seus orçamentos de defesa para 3,5% de seu PIB.
Se for financiado por meio de dívida, seriam acrescentados mais US$ 2,7 trilhões (R$ 15,5 trilhões) às necessidades de empréstimo dos cinco maiores membros europeus da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) – Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Espanha, destaca a agência.
"Esse compromisso exporia as fraturas que a UE vem abafando há anos", ressalta o artigo.