Desde sua chegada ao poder, o presidente dos EUA, Donald Trump, introduziu tarifas contra vários países sob pretextos diferentes.
Além disso, em 10 de fevereiro a Casa Branca anunciou tarifas de 25% sobre todo o aço e alumínio provenientes do exterior, com o Brasil sendo o segundo maior fornecedor de aço dos EUA.
Trump citou a criação de empregos e redução do déficit comercial como as razões dessa medida.
"O aumento dos impostos por Washington sobre produtos importados como parte da guerra comercial anunciada por Donald Trump ajudará a reduzir o déficit comercial dos EUA, o que, por sua vez, terá um impacto na redução da expansão do dólar", comentou Bakhtizin.
Por outras palavras, a guerra de tarifas diminuirá a circulação do dólar.
Se, de acordo com ele, olharmos para esse processo não do ponto de vista do momento atual, mas em um período mais alargado, então se vê que a participação da moeda estadunidense nas reservas cambiais do mundo "caiu de 71% para 58%" desde a virada do século XXI.
O especialista citou também a pesquisa "Proximidade Geopolítica e Uso de Moedas Globais" realizada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que mostra os resultados da análise de dados de 125 países durante quase uma década sobre o uso de cinco moedas: dólar americano, euro, iene japonês, libra esterlina e yuan chinês.
"Os dados mostraram que, no período de crescentes tensões globais, como é observado agora, a maioria dos países está buscando diversificar suas reservas cambiais", disse Bakhtizin.
Em particular, os países começaram a usar mais ativamente o yuan em pagamentos internacionais, acrescentou.
Recentemente, Trump ameaçou os países do BRICS com imposição de "tarifas de 100%" sobre seus produtos se não abandonassem os planos de criar uma moeda alternativa ao dólar norte-americano.