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Lula defende escolha de Belém para COP30 e desafia países ricos: 'Quem desmatou tem que pagar'

Em agenda na região Norte nesta quinta-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da entrega de conjuntos habitacionais do Minha Casa, Minha Vida em Macapá (AP) e Belém (PA). Nas cerimônias, falou sobre a Margem Equatorial e a realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), no Brasil.
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Pela primeira vez na história, a região amazônica vai receber a cúpula do clima das Nações Unidas, que chega a 30ª edição neste ano — o principal evento climático do planeta acontece em Belém, ao longo do mês de novembro. Durante discurso na cerimônia de entrega de unidades habitacionais na capital paraense, o presidente Lula defendeu a escolha, que, segundo ele, chegou a ser criticada pela falta de estrutura da cidade para receber grandes eventos.

"Seria mais fácil fazer em São Paulo, que tem muito hotel, poderia fazer no Rio de Janeiro, mas eu queria trazer para um estado do Norte […]. Falavam que aqui não tinha hotel suficiente, não tinha tratamento de esgoto, mas fui me convencendo […]. Quero que vejam a nossa Belém do jeito que ela é", destacou o presidente brasileiro.

Além disso, Lula lembrou que, para combater as mudanças climáticas, é crucial a manutenção das florestas em todo o planeta, e "onde mais resta área verde de pé é na América do Sul". Como exemplo, citou também a realidade do Amapá, em que 97% do território são formados por matas totalmente preservadas, conforme o presidente.

"Como um francês, um inglês, um alemão pode dar palpite na nossa floresta? Agora, se eles já desmataram a deles e quiserem que a gente mantenha em pé (mas temos a obrigação de manter em pé porque sabemos que o mundo está precisando), eles também têm que saber que embaixo de cada copa de árvore tem um trabalhador, um pescador, um quilombola, um extrativista. Então eles também têm que pagar [pela preservação]", destacou.

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Apesar disso, Lula enfatizou que várias promessas de financiamento climático por países ricos para apoiar os trabalhos de preservação foram feitas, mas nunca cumpridas. "Em 2009, prometeram 100 milhões [de dólares]; não deram. Agora é 1 trilhão, e não vão dar. Só que nós temos floresta e não vamos deixar de fazer [os trabalhos], porque temos compromisso", acrescentou.
Por fim, Lula disse no discurso que o governo vai cumprir a meta de desmatamento zero na Amazônia Legal até 2030. "Fizemos o melhor G20 [da história], vamos fazer o melhor BRICS e também faremos a melhor COP."
Ao todo, serão investidos pelo governo mais de R$ 4 bilhões em obras de infraestrutura, saneamento básico, mobilidade urbana e criação de parques urbanos na capital paraense. Na próxima sexta (14), a expectativa é que o governo também anuncie as obras de expansão do aeroporto internacional de Belém.

Lula defende pesquisas para explorar petróleo na Margem Equatorial

Mais cedo, durante a entrega de moradias em Macapá, Lula também defendeu a liberação de pesquisas sobre petróleo e gás na região conhecida como Margem Equatorial, que fica a 500 quilômetros da foz do rio Amazonas. No ano passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) suspendeu as licenças para a realização dos trabalhos por falta de estudos sobre os impactos ambientais na área.
"Tem gente que fala que não pode pesquisar a Margem Equatorial para saber se tem petróleo. Primeiro, ninguém neste país tem mais responsabilidade climática do que eu. Quero preservar, mas não posso deixar uma riqueza — que a gente não sabe se tem e quanto é — a 2 mil metros de profundidade, enquanto o Suriname e a Guiana estão ricos às custas do petróleo", afirmou.
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