O ucraniano Vladimir Zelensky afirmou neste domingo (23) que não pagará os US$ 500 bilhões (cerca de R$ 2,8 trilhões) exigidos pelo presidente dos EUA, Donald Trump, como compensação pela verba enviada por Washington a Kiev em auxílio no conflito ucraniano.
Dias atrás, Trump afirmou que queria o equivalente a US$ 500 bilhões em terras ricas em minerais raros da Ucrânia. O valor seria um retorno pelo investimento norte-americano no país. A declaração de Zelensky foi repercutida pelo canal Zerkalo Nedeli, no Telegram.
"Não vou reconhecer US$ 500 bilhões em ajuda dos EUA, quer alguém goste ou não. Não vou reconhecer nem US$ 100 bilhões [cerca de R$ 300 bilhões], concordamos com o presidente [Joe] Biden que isso é uma doação! Uma doação não é uma obrigação. Não devolveremos doações", disse ele.
Ele acrescentou que não assinaria algo que seria pago por dez gerações de ucranianos. Mais cedo, Zelensky afirmou em coletiva que estaria disposto a desistir do comando da Ucrânia se isso significasse a paz, acrescentando que poderia trocar sua saída pela entrada de seu país na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
"Se [isso significa] paz para a Ucrânia, se vocês realmente precisam que eu deixe meu posto, estou pronto. Posso trocar isso pela adesão à OTAN, se essa condição existir, imediatamente", afirmou Zelensky, com irritação.
Trump vem pressionando pela realização de eleições na Ucrânia, tendo inclusive rotulado Zelensky de "ditador", em referência ao mandato oficial de cinco anos do líder ucraniano, que terminou em 2024.