Frente a uma Câmara de Deputados com baixo quórum, Milei afirmou que seu governo está disposto a flexibilizar sua participação no Mercosul, ou até mesmo abandoná-lo, para avançar em um acordo de livre comércio com os Estados Unidos.
Segundo ele, a nação sul-americana perdeu a oportunidade de assinar esse tratado há 20 anos, durante o governo do ex-presidente Carlos Menem (1989-1999).
Pelas condições do bloco, qualquer acordo comercial dos países-membros demanda consenso de todo o Mercosul. Nos últimos meses, o governo libertário de Milei já havia se manifestado em prol de maior flexibilidade nas regras.
Em suas falas diante do Congresso, o presidente argentino foi ainda mais longe e questionou os benefícios de fazer parte do Mercosul. Segundo Milei, há vantagens apenas para "industriais brasileiros em detrimento da economia argentina."
Em seu discurso, Milei também afirmou que solicitará ao Congresso uma autorização para que a Argentina obtenha um novo empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A Argentina é o país com maior dívida perante o FMI, devendo aproximadamente US$ 40,9 bilhões. Durante sua histórica, o país sul-americano frequentemente recorreu ao FMI para arcar com seus problemas financeiros.
Em 2006, sob a gestão de Néstor Kirchner, o país foi capaz de pagar todo seus débitos. Em 2016, no entanto, o então presidente Mauricio Macri tomou um novo empréstimo frente ao órgão internacional, cuja dívida persiste até hoje.