Panorama internacional

Canadá se une a China e México e anuncia tarifas retaliatórias contra os EUA; Trump responde

Em resposta à imposição de tarifas de 20%–25% pelo presidente norte-americano Donald Trump, as nações do Canadá, México e China anunciaram suas próprias medidas aduaneiras.
Sputnik
Depois da China e do México se pronunciarem, foi a vez do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, comentar as medidas protecionistas de Donald Trump. "Os Estados Unidos lançaram uma guerra comercial contra o Canadá [...]. Não recuaremos de uma luta."
Dessa forma, Trudeau afirmou que está impondo tarifas de 25% sobre produtos americanos que chegam ao valor US$ 107 bilhões dentro dos próximos 21 dias. Neste primeiro momento, já entram em vigor tarifas que atingem US$ 20 bilhões em produtos.
O primeiro-ministro canadense, que renunciou ao cargo no início do ano e se mantém no poder até as próximas eleições, comentou ainda que Trump jamais anexará o país como tem dito em seus discursos.

"Trump disse repetidamente que quer ver a economia canadense entrar em colapso porque isso facilitará sua anexação [...]. Isso nunca vai acontecer. Nunca seremos o 51º estado."

O premiê afirmou ainda que acionará a Organização Mundial do Comércio (OMC) em razão das tarifas, uma vez que os países da América do Norte possuem um acordo de livre-comércio.

Trump dobra a aposta

Em resposta às medidas de Ottawa, Donald Trump afirmou que vai aumentar as tarifas contra o Canadá.
Em uma publicação em seu perfil no Truth Social, o líder estadunidense declarou que é preciso ser explicado ao "governador Trudeau, do Canadá", que se ele impuser uma tarifa retaliatória aos EUA, "nossa tarifa recíproca aumentará imediatamente em uma quantia semelhante!"
Ao chamar o primeiro-ministro canadense de "governador", Trump ainda faz menção à anexação do país como o 51º estado norte-americano.
Anteriormente, foi relatado que os Estados Unidos imporiam tarifas de 25% sobre as importações do Canadá e do México, bem como uma tarifa adicional de 10% sobre produtos da China, a partir de terça-feira (4), explicando a medida pela luta contra a migração ilegal e suprimentos de fentanil.
As autoridades dizem que as medidas visam proteger a economia nacional e conter ameaças de países vizinhos. O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou que as tarifas entrariam em vigor sem exceções, acrescentando que não havia "oportunidades restantes para evitar as tarifas" para o México ou o Canadá.
Panorama internacional
As 8 manobras que Trump pode usar para forçar Zelensky a renunciar
Em retaliação a essas medidas, a China impôs tarifas de 10% a 15% sobre vários produtos agrícolas dos Estados Unidos. Em comunicado, a nação asiática explicou que políticas atuais de redução, isenção e retenção de impostos não serão alteradas, e as tarifas impostas desta vez não serão reduzidas ou isentas.
Já a presidente do México, Claudia Sheinbaum, comentou as medidas norte-americanas em um discurso televisionado. A resposta aduaneira será anunciada em um discurso em praça pública em 9 de março.
Em sua fala, a líder mexicana afirmou que não tolerará submissão ou intervenção em seu país. "O México deve ser respeitado. Somos nações iguais."
Ademais, a presidente destacou que o tema reforça a necessidade de diversificar geograficamente a economia mexicana. "Uma mudança muito importante deve ser feita - a diversificação geográfica da economia mexicana."
"Sim, o mercado americano está muito próximo, [abacates] vão para lá, mas abacates mexicanos podem ser amados em muitos outros lugares, assim como outras exportações agrícolas. Também podemos obter importações de outros lugares se as tarifas forem aumentadas em certos produtos."

"É parte do problema que temos, nos últimos quatro anos as exportações aumentaram de 8% a 9% ao ano, mas nosso PIB não cresceu na mesma porcentagem. Por qual razão? Uma é que muitas são empresas estrangeiras que levam o lucro para fora do México. Outra é que exportamos quase o mesmo que importamos em termos monetários. Não fortalecemos a produção nacional."

Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!

Siga a Sputnik Brasil e tenha acesso a conteúdos exclusivos no nosso canal no Telegram.

Já que a Sputnik está bloqueada em alguns países, por aqui você consegue baixar o nosso aplicativo para celular (somente para Android).

Comentar