"Levando em consideração os interesses nacionais e o compromisso de estabelecer a paz civil entre os vários representantes do povo sírio, a liderança da República Árabe Síria emitiu uma decisão para formar o Comitê Superior para a Manutenção da Paz Civil", diz o decreto presidencial.
O comitê é composto por três pessoas, incluindo os governadores das províncias de Latakia e Tartus.
Suas funções incluem: manter contato com a população das cidades costeiras para obter informações sobre o que está acontecendo, fornecer apoio aos moradores desta parte da Síria, em particular garantindo sua proteção, bem como "trabalhar para fortalecer a unidade nacional neste momento delicado".
Na quinta-feira (6), eclodiram conflitos entre grupos armados que se opõem à nova administração e às forças de segurança sírias na cidade de Jableh, de Latakia e de Tartus. Os confrontos já mataram mais de mil pessoas em três dias, maioria civis.
De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR), sediado no Reino Unido , pelo menos 745 civis da comunidade alauíta foram mortos nos últimos dois dias como resultado de "uma operação de limpeza étnica" na região.
As autoridades impuseram toque de recolher, enquanto o presidente interino pediu aos grupos armados que deponham as armas.
Relembre a mais recente crise política na Síria
No final de novembro de 2024, formações armadas da oposição iniciaram uma grande ofensiva contra as posições do Exército sírio. Em 8 de dezembro, entraram na capital, Damasco, e Bashar al-Assad fugiu do país.
Dias depois, Mohammed al-Bashir, que liderava o chamado governo de salvação na província de Idlib, anunciou sua nomeação como chefe do gabinete sírio durante um período de transição, que duraria até 1º de março de 2025.
O líder sírio Ahmed al-Sharaa, nomeado presidente para um período de transição, mais de sete semanas após liderar a ofensiva rebelde que derrubou o ex-presidente sírio Bashar al-Assad em dezembro, tentou tranquilizar a comunidade internacional. Nas declarações, garantiu que governaria com moderação e priorizaria a proteção das minorias.