"O Brasil insiste desde 2003, quando fui ministra pela primeira vez, que a decisão é liderar dando o exemplo. Hoje, mais do que falar, temos que agir", declarou a ministra.
Marina Silva lembrou que, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2003, foi lançado um plano que reduziu em 83% o desmatamento da Amazônia e evitou a emissão de 5 bilhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera.
Segundo a ministra, esse plano foi abandonado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019–2022), mas retomado em 2023, com resultados rápidos. Atualmente, a estratégia não se aplica apenas à Amazônia, mas a todos os biomas brasileiros, garantiu a ministra.
Em fevereiro deste ano, a Amazônia registrou o menor índice de desmatamento da série histórica: 80,95 km² de floresta devastada — redução de 64,26% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Metas ambientais do Brasil para a COP30
Durante a COP30, o Brasil apresentará um plano para reduzir em 67% as emissões de gases de efeito estufa até 2035. "Não é apenas um anúncio genérico. Temos metas para todos os setores da economia: transporte, energia, indústria, agricultura", garantiu a ministra.
A ministra também se manifestou sobre as ameaças sofridas na última semana pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM). Na ocasião, o parlamentar declarou: "Imagine o que é tolerar a Marina seis horas e dez minutos sem enforcá-la."
Para Marina Silva, a afirmação incita a violência contra a mulher. "Quem brinca com a vida dos outros ou faz ameaça de brincadeira e rindo? Só os psicopatas são capazes de fazer isso […]. Dificilmente isso seria dito se o debate fosse com um homem. É dito porque é com uma mulher preta, de origem humilde e uma mulher que tem uma agenda que em muitos momentos confronta os interesses de alguns", finalizou.
A COP30 acontecerá entre 10 e 21 de novembro em Belém, sendo a primeira vez que a conferência será realizada em uma cidade amazônica.