Panorama internacional

'Alto preço': tarifas de Trump estão custando alianças dos EUA, alerta mídia norte-americana

A crescente tensão nos relacionamentos dos Estados Unidos com seus aliados tradicionais tem se tornado um tema central na política internacional.
Sputnik
O custo dessas alianças, amplificado pelas tarifas impostas por Donald Trump, tem gerado consequências profundas e duradouras, segundo artigo publicado no New York Times, nesta quarta-feira (1º).
Segundo a publicação, a medida, que deveria proteger a economia americana, acabou sendo um ponto de inflexão nas parcerias militares e econômicas dos EUA com países-chave ao redor do mundo.
Desde o início do mandato de Trump, os aliados da OTAN e outras nações com quem os Estados Unidos compartilham interesses estratégicos começaram a questionar sua posição diante das ações do presidente, denota o artigo. A imposição de tarifas sobre produtos de vários países, incluindo aliados próximos como a União Europeia, Canadá e Japão, tem sido um dos principais motivos para essa reavaliação, instiga o artigo.
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Recentemente, o novo chanceler alemão expressou sua crescente preocupação com o desmoronamento das relações com Washington. Convicto de que os Estados Unidos estão se afastando de seus compromissos tradicionais, ele defende uma postura de "independência" em relação a Washington. Essa retórica tem sido ecoada por outros líderes. O primeiro-ministro canadense, por exemplo, declarou que o relacionamento estreito que ambos os países mantinham "acabou".
A frase parece um reflexo das tensões que se intensificaram após a imposição de tarifas pelo governo Trump, afetando diretamente as economias de nações que dependem do comércio com os EUA.
Além disso, países como a Polônia e a Groenlândia começaram a explorar novas opções de segurança e soberania diante da crescente alienação de Washington. O presidente polonês, por exemplo, levantou a possibilidade de buscar armas nucleares, uma medida que sinaliza a perda de confiança nas garantias de segurança oferecidas pelos EUA.
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Na Groenlândia, um território com importância estratégica devido às suas bases aéreas americanas, o governo local reagiu com indignação após uma visita não solicitada de uma delegação de alto nível dos EUA.
Com a promessa de novas tarifas sendo anunciada constantemente, a pergunta permanece: será que os Estados Unidos estão dispostos a pagar o preço das alianças perdidas, ou será que a política de Trump está moldando um novo caminho para o país, onde a dependência de parceiros internacionais fica cada vez mais distante?, leva a questionar a mídia norte-americana.

Sobre o tarifaço

Na semana passada Trump anunciou tarifas de 25% sobre a importação de veículos e peças automotivas nos EUA, medida que pode impactar diretamente as grandes montadoras asiáticas, principais exportadoras para o mercado norte-americano.
Seul, Pequim e Tóquio, estão entre os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos. As negociações para um acordo de livre-comércio trilateral, iniciadas em 2012, ainda não apresentaram progressos significativos.
Em fevereiro, Trump assinou decretos com a imposição de tarifas sobre produtos de Canadá, México e China. No caso do Canadá, o indicador ficou em 25% para todas as importações, com exceção do setor de recursos energéticos, cuja taxa foi definida em 10%.
O mesmo valor foi aplicado ao México, enquanto à China foi determinada uma tarifa adicional de 10%, além das que já existem sobre o comércio entre os dois países.
Posteriormente, o americano anunciou a suspensão da aplicação das taxações ao México e ao Canadá por um mês, após um acordo envolvendo o fortalecimento da segurança nas fronteiras com o objetivo de combater o tráfico de drogas e o fluxo de imigrantes irregulares.
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