Foram assinados uma série de acordos, entre eles um memorando voltado para a cooperação em pesquisa, desenvolvimento, inovação e formação no setor de petróleo, entre a estatal brasileira Petrobras e a empresa pública angolana Sonangol.
Ao enfatizar que a Petrobras deve ter "participação ativa" na prospecção de petróleo e gás no continente africano, Lula declarou que o Brasil precisa recuperar o fluxo comercial com o país, que já foi de US$ 4,5 bilhões (R$ 25,5 bilhões) e atualmente caiu para US$ 1 bilhão (R$ 5,68 bilhões).
"Precisamos trabalhar mais para que o nosso fluxo de comércio exterior seja do tamanho dos nossos países."
A Polícia Federal do Brasil e a Polícia Nacional de Angola também assinaram um ato para aprofundar a cooperação bilateral no enfrentamento ao crime organizado transnacional, por meio de troca de informações e assessoria técnica sobre tráfico de drogas, armas de fogo e pessoas, e migração ilegal, além de violações contra os direitos humanos e outros crimes.
A pesquisa agropecuária e florestal para o desenvolvimento sustentável de regiões semiáridas e o fortalecimento da agricultura familiar em Angola foram pontos prioritários de outro memorando de entendimento assinado pelos países.
Após as assinaturas dos atos, Lourenço lembrou da visita de Lula à Angola em agosto de 2023 e enfatizou que "o Brasil está de volta à África" efetivamente.
"Exemplo disso é que nesse período, de cerca de dois anos, começamos uma intensa troca de relações de distintos níveis, que culminaram com delegações encabeçadas por ministros", declarou o líder angolano.
O presidente do país africano comentou que está negociando com o governo brasileiro a reabertura de uma linha de crédito voltada à exportação.
Ele também convidou empresas brasileiras a investirem em projetos de infraestrutura em Angola, como estradas, portos e produção e distribuição de energia.
"Contamos com os empresários brasileiros nessas empreitadas. Confiamos que o Brasil volte a abrir uma linha de crédito à exportação. Acreditamos que vai acontecer."
A visita de Estado do mandatário angolano ocorre à margem da Semana da África no Brasil, que reuniu em Brasília 44 delegações de países africanos para discutir ações de segurança alimentar.