"O projeto de resolução não foi adotado devido ao voto negativo de um membro permanente", declarou a embaixadora da Guiana na ONU e presidente pro tempore do conselho, Carolyn Rodrigues-Birkett, após a votação.
Elaborada pelos dez membros não permanentes, somente os Estados Unidos votaram contra o texto. Os demais quatro membros permanentes foram a favor.
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Dorothy Shea, afirmou que Washington se opôs ao texto por ele não condenar o Hamas e nem exigir sua saída de Gaza. A resolução tampouco condenava o ataque-surpresa de 7 de outubro de 2023, de autoria do movimento palestino, que deixou mais de mil mortos em Israel e desencadeou a guerra na Palestina.
"Não podemos permitir que este Conselho de Segurança recompense o Hamas", disse Shea.
Por sua vez, o representante da Rússia, Vasily Nebenzya, disse que, mais uma vez, o Conselho de Segurança não conseguiu adotar uma medida que poderia evitar que a Faixa de Gaza e o entorno continuassem mergulhados no caos.
"Hoje temos mais uma oportunidade de ver quem realmente quer a paz no Oriente Médio e quem quer continuar com jogos políticos", afirmou.
O ataque do Hamas contra Israel em outubro de 2023 causou a morte de 1.218 pessoas, em sua maioria civis, e o sequestro de 251. Destas, 58 continuam em Gaza e, segundo estimativas das Forças de Defesa de Israel (FDI), apenas 20 estariam vivas.
O Ministério da Saúde informou que o número total de mortos no enclave desde o início do conflito ultrapassa 54.607, com pelo menos 125.341 feridos.
Há um mês, Israel declarou ter iniciado uma nova ofensiva, chamada Carruagens de Gideão, embora os ataques tenham começado três dias antes em diferentes locais, causando uma média de 100 mortes por dia.
De 19 de janeiro a 1º de março, vigorou um cessar-fogo na Faixa de Gaza, como parte de um acordo entre as partes para a libertação de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos.