Panorama internacional

Guterres diz ao Conselho de Segurança da ONU que 'questão nuclear' é crucial no conflito Irã-Israel

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse ao Conselho de Segurança, nesta sexta-feira (20), que a questão nuclear é a principal razão do conflito entre Israel e o Irã e pediu diplomacia para que Teerã conceda acesso total à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Sputnik
"O Irã tem afirmado repetidamente que não busca armas nucleares. Vamos reconhecer que existe uma lacuna de confiança. A única maneira de superar essa lacuna é por meio da diplomacia, estabelecendo uma solução confiável, abrangente e verificável — incluindo acesso total aos inspetores da AIEA, a agência técnica das Nações Unidas para essa área", argumentou.
O Irã nega a dimensão militar de seu programa nuclear. A AIEA não viu evidências concretas de que Teerã tenha um programa ativo de armas nucleares, afirmou o diretor-geral, Rafael Grossi.
Avaliações da inteligência norte-americana chegaram a uma conclusão semelhante, de que o Irã não estava buscando ativamente armas atômicas, informou a CNN na terça-feira (17), citando pessoas familiarizadas com o assunto.
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Guterres mostra preocupação com escalada do conflito

Em suas redes sociais, Guterres demonstrou estar preocupado com o aumento das hostilidades entre Irã e Israel, ressaltando as baixas que o conflito tem causado. Segundo o secretário-geral da ONU, as tensões estão crescendo rapidamente e podem "desencadear um incêndio que ninguém pode controlar".
Guterres também pediu que as partes encerrem o conflito e retornem às negociações.
Durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU, entretanto, o embaixador israelense na ONU, Danny Danon, declinou de uma desescalada no conflito e ponderou que Israel não vai interromper os ataques ao Irã até que a "ameaça nuclear do país seja totalmente desmantelada".
Já a contraparte iraniana, Amir Saeid Iravani, pediu ao conselho que tome medidas para conter a crise. "Israel aparentemente declarou que continuará esse ataque por quantos dias for necessário. Estamos alarmados com relatos confiáveis ​​de que os Estados Unidos podem estar se juntando a essa guerra."

Chanceleres iraniano e europeus se reúnem em Genebra

Nesta sexta-feira (20), o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, esteve em Genebra para conversas com seus homólogos europeus Jean-Noel Barrot (França), David Lammy (Reino Unido), Johann Wadephul (Alemanha) e Kaja Kallas (União Europeia) sobre energia nuclear e a situação no Oriente Médio.
Em seu discurso a jornalistas após o encontro, Araghchi afirmou que o Irã está aberto para outra rodada de negociações com a "troika europeia".
No entanto, o chanceler iraniano lamentou a "incapacidade dos três países de condenar o ato de agressão do regime sionista" e disse que a república islâmica "continuará a afirmar seu direito à legítima defesa".
"Se a agressão cessar e o agressor for responsabilizado por seus crimes, o Irã estará pronto para considerar a diplomacia. Nesse sentido, deixei claro que as capacidades de defesa do Irã são inegociáveis."
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