Panorama internacional

Programa nuclear do Irã está 'quase intacto' mesmo com bombardeio dos EUA, revela mídia

Os ataques dos Estados Unidos contra plantas nucleares do Irã no último sábado (21) não destruíram nenhum componente principal das instalações, afirmaram funcionários da inteligência norte-americana à CNN dos EUA. Acredita-se que o bombardeio tenha atrasado o programa iraniano em apenas alguns meses.
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A avaliação, produzida por uma agência do Pentágono, não foi divulgada e contraria as falas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou em diversas oportunidades que as instalações nucleares do Irã haviam sido "totalmente obliteradas". Esse comentário foi endossado pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, no último domingo (22).

"Duas pessoas familiarizadas com a avaliação disseram que o estoque de urânio enriquecido do Irã não foi destruído. Uma delas disse que as centrífugas estão praticamente 'intactas'", cita a reportagem. "Portanto a avaliação é que os EUA as atrasaram em alguns meses, no máximo."

Ainda há bastante dúvidas sobre as bombas antibunker dos EUA terem destruído de fato as instalações nucleares iranianas, informa a reportagem da CNN. Isfahan, o maior complexo de pesquisa nuclear do Irã, tampouco foi alvo dessas bombas de alto poder destrutivo, mas sim de mísseis Tomahawk lançados de um submarino.
"Isso porque havia um entendimento de que a bomba provavelmente não penetraria com sucesso em Isfahan, que está em posição ainda mais profunda do que Fordow [outro complexo nuclear do país]", disse o veículo, citando uma das fontes.
Ainda segundo a CNN, autoridades norte-americanas acreditam que o Irã mantém instalações nucleares secretas que não foram alvos do ataque e permanecem operacionais.
Em declaração à mídia, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, desdenhou das informações publicadas pela emissora e classificou a história como uma tentativa de rebaixar Trump.

"Essa avaliação está completamente errada e foi classificada como 'ultrassecreta', mas mesmo assim foi vazada para a CNN por um perdedor anônimo e de baixo escalão na comunidade de inteligência."

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Contrariando as informações da imprensa dos EUA, o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (FDI), tenente-general Eyal Zamir, disse que Israel atrasou o programa nuclear do Irã em anos. "E o mesmo vale para seu programa de mísseis."
Ainda nessa linha, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou nesta terça-feira (24) como "vitória histórica" a operação israelense contra o território iraniano. O premiê também agradeceu a ajuda de Trump, a quem creditou como um amigo que Israel nunca teve nos EUA.

"Israel nunca teve um amigo como o presidente Trump na Casa Branca, e eu o agradeço por nosso trabalho em conjunto", declarou Netanyahu. "Se alguém no Irã tentar restaurar o programa [nuclear], nós agiremos com a mesma determinação, a mesma força, para interromper qualquer tentativa."

Chefe da AIEA fala em 'declínio significativo' do programa nuclear do Irã

Na guerra de narrativas, foi a vez do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, declarar que o Irã teve um "declínio significativo" no programa nuclear após os ataques de Estados Unidos e Israel.
"É claro que há um Irã antes de 13 de junho — um Irã nuclear — e um agora."
Na última quarta-feira (18), Grossi disse em entrevista que a AIEA não tem informações sobre a utilização do programa nuclear iraniano para a criação de armas. O Irã, por sua vez, nega veementemente qualquer projeto desse tipo.
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