"A guerra é um bom negócio para um conjunto de atores altamente relevantes no cenário internacional […]. É complicado metrificar um conflito e apontar se ele será mais caro ou vantajoso no longo prazo. Mas é sempre importante lembrar que o militarismo é o centro de acumulação de capital da maior potência do atual sistema internacional, que são os Estados Unidos, responsáveis por concentrar 40% do gasto militar mundial. Inclusive as cinco maiores empresas do país são de produção de armas e serviços militares", explica.
Mundo está rumo à Terceira Guerra Mundial?
"Um exemplo é a Alemanha, que vem preparando um rearmamento histórico sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial. O próprio chanceler alemão [Friedrich Merz] afirmou que, diante da 'ameaça russa' e do abandono dos Estados Unidos, o país precisa se rearmar. Isso também tem correlação com o próprio reordenamento do sistema internacional […]. Essa ordem liberal pós-Guerra Fria vem sendo cada vez mais destruída, e também há indícios do fim da globalização das últimas três décadas", afirma.
Lucratividade até em países 'em situação de paz'
"E nisso teremos uma tendência de arrastar o aumento da taxa de mortalidade para algo muito mais alto no médio e longo prazos, apesar de uma diminuição no curto prazo como resultado da inserção das Forças Armadas e de uma polícia mais militarizada. No final das contas, mesmo em lugares sem guerra de grande intensidade, como esse, a lucratividade para a indústria bélica dos Estados Unidos é altíssima", argumenta.