Durante o discurso, Lula ressaltou a importância dos governos em abrir portas para que novos negócios possam ser viabilizados.
O presidente brasileiro adiantou que recebeu o convite para
participar da cúpula da Associação dos Países do Sudeste Asiático (ASEAN), que acontece em setembro na Malásia, do primeiro-ministro do país, Anwar Ibrahim. O político malásio também esteve presente no evento.
Ao longo do discurso, Lula enfatizou que
o BRICS já é responsável por quase 40% do PIB global em paridade de poder de compra e ainda possui
uma média de crescimento econômico acima dos demais países do globo.
Lula ainda defendeu que o Sul Global tem o papel de liderar um novo modelo de desenvolvimento sustentável, baseado
na industrialização verde e na agricultura de baixo impacto ambiental. Segundo ele, os países já estão preparados para atuar nesse processo de transformação
com base em sua vocação ecológica, compromisso social e capacidade tecnológica.Além disso, o presidente brasileiro afirmou que a descarbonização das economias é um processo irreversível, e que o futuro exige uma revolução tecnológica que permeie todos os setores — da infraestrutura pública à inteligência artificial.
Lula elogiou o papel estratégico do BRICS na criação de uma aliança contra a fome e a pobreza. Segundo ele, a consolidação de frentes como essa requer mobilização de recursos e maior qualificação dos países em todas as etapas das cadeias globais de suprimentos.
Na visão do presidente, é necessário simplificar o comércio internacional e desenvolver meios de pagamento alternativos para fortalecer a soberania econômica dos países do Sul. "Cabe aos governos abrir portas e aos empresários fazer negócios", afirmou, reforçando que os Estados devem criar condições para que o setor privado atue com responsabilidade e inovação.
Lula também fez um apelo pela paz e criticou o vácuo de liderança internacional que agrava crises humanitárias e conflitos armados.
No fim, o primeiro-ministro da Malásia, Anwar bin Ibrahim, afirmou que o Sul Global não deve ser visto como ex-colônias, mas países independentes que atuam na defesa do multilateralismo. "O presidente Lula tem a coragem para prosseguir como uma voz das aspirações do povo do Sul Global", encerrou.