"E isso leva um pouco mais de tempo, diferentemente da commodity, que é um bem de necessidade quase imediata […]. O Brasil pode usar desse problema [das tarifas dos EUA] como um caminho para ampliar seus mercados. Se você for abrir a pauta exportadora do Brasil, quase não há relação comercial com a África. E dos 15 países que mais vão crescer neste ano, 11 estão no continente. Quanto mais a gente conseguir diversificar, menos reféns ficaremos de um parceiro comercial", afirma.
Multilateralismo na economia: EUA tentam barrar fenômeno?
"Quando o Trump assumiu o governo, disse que faria acordos com mais de 70 países rapidamente, mas até agora conseguiu em torno de 5. Então há uma pressão muito grande para que apresente resultados, e essa [imposição de tarifas] acaba sendo uma forma de negociar, porque dentro do multilateralismo [que os EUA buscam atacar] as potências hegemônicas se enfraquecem. Quando você fragmenta isso, o país mais forte é aquele que leva mais vantagens", explica.