"Provavelmente não irei. Talvez eu envie outra pessoa. Tenho muitos problemas com a África do Sul. Muitas pessoas estão sendo mortas", declarou Trump ao retomar as críticas, já desmentidas pelo governo sul-africano, de perseguição à minoria branca no país.
A narrativa ganhou força ainda no início do segundo mandato de Trump, que na época foi endossada pelo ex-aliado e empresário Elon Musk, nascido em Pretória, capital do país africano. Além disso, as acusações passaram a ser usadas para endurecer a política externa norte-americana contra o país.
Durante reunião na Casa Branca com o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, em maio, Trump chegou a exibir diante da imprensa um vídeo que, segundo ele, provaria o "genocídio" contra brancos.
A administração norte-americana também passou a conceder refúgio a membros da comunidade africâner (minoria branca do país) com base nessas alegações e anunciou tarifas de 30% sobre produtos sul-africanos a partir de 1º de agosto.
Expropriação de terras improdutivas
O centro da polêmica entre Estados Unidos e África do Sul envolve a lei aprovada no país africano que transfere terras consideradas improdutivas para a população negra, sob o objetivo de corrigir desequilíbrios sociais herdados do regime do Apartheid. Porém Washington afirma que a nova legislação traz riscos à propriedade privada.
Em meio à presidência do país no G20, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, chegou a boicotar a reunião de chanceleres do grupo em Joanesburgo, no início do ano.