Para driblar a ocupação de deputados bolsonaristas, a Câmara marcou uma sessão presencial na noite desta quarta-feira (6). A decisão foi anunciada após reunião com 25 líderes partidários, inclusive da oposição, na residência oficial de Motta, que prevê punição em caso de descumprimento.
"Quaisquer condutas que tenham por finalidade impedir ou obstaculizar as atividades legislativas sujeitarão os parlamentares ao disposto no art. 15, inciso XXX, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados (suspensão cautelar do mandato por até seis meses)", informou em nota a Secretaria-Geral da Mesa.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ) garantiu que houve consenso sobre a necessidade de retomar os trabalhos, inclusive o da cadeira da presidência, que estava ocupada por apoiadores do ex-presidente.
"Não dá para achar isso normal, querer parar a atividade parlamentar à força. Foi uma chantagem. É preciso restabelecer o trabalho legislativo", declarou à Agência Câmara.
Deputados pressionam por anistia
Pressionado pela oposição para pautar o projeto de lei que pode dar anistia ao ex-presidente Bolsonaro, Motta definiu na última terça (5) as votações da Câmara, em conjunto com os líderes partidários, e destacou que os interesses da população não devem ser deixados de lado.
Motta não estava presente na Casa no primeiro dia após o recesso, que foi marcado por um motim de bolsonaristas e discussões acaloradas entre a oposição e os governistas no plenário. O presidente da Câmara estava na Paraíba acompanhando o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em visitas a hospitais.