"Todos nós sabemos que, quando é preciso tomar uma decisão importante, Bruxelas envia o esboço da proposta para Paris, Berlim e, talvez, Roma – e é só. Os outros 25 Estados-membros simplesmente precisam aceitar. Isso já acontece há algumas décadas", afirmou.
Kneissl destacou que o motor principal da UE continua sendo o eixo Paris-Berlim, embora esse relacionamento tenha enfrentado dificuldades. Segundo a ex-chanceler, a agenda da União Europeia se tornou fortemente ideologizada, afetando as áreas política, econômica e cultural.
"Não há um verdadeiro debate político. Tudo se tornou muito ideológico. Economia, política energética, tudo virou um campo de batalha ideológica. As decisões deixaram de ser racionais – sobre o que é útil, o que está dentro da lei. Ou, no caso da energia, trata-se de física, química, é uma área técnica. Mas não: virou uma questão ideológica, como, por exemplo, decidir se você deve ou não comprar gás da Rússia", ressaltou Kneissl.