"Existem estudos que mostram a possibilidade de a própria África produzir agronegócio [...] uma oportunidade clara para empresários de agronegócio brasileiros. Sei que já tem empresário brasileiro discutindo a produção em Angola para exportar para o mundo como o Brasil faz hoje", disse Castro. "O tarifaço vai agilizar e acelerar a tomar a decisão dessas empresas no sentido de produzir em Angola ou produzir em outros países da África para exportar para terceiros países. Seria um mercado alternativo", opinou ele.
"Porque, na verdade, se exportar para a África hoje, às vezes, é mais fácil se exportar para a Europa e depois de vir para a África, mas é uma coisa simples de você arranjar também. [...] com vontade tudo se resolve", afirmou o empresário.
"Faz parte da nossa política externa estar próximo dos países africanos e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico dos países africanos, [...] Sendo assim, nós podemos dizer, sim, que o tarifaço de Donald Trump pode fazer com que o Brasil [...] busque nos países africanos um mercado para alguns desses produtos".
"Vamos imaginar que os dianteiros dos bois que exportávamos para os Estados Unidos da América a gente começa a exportar para países africanos. Esses países não vão ter a mesma capacidade de pagamento dos Estados Unidos. Talvez essa exportação tenha que ser subsidiada pelo BNDES ou pelo governo do país que está importando. Assim, estamos ajudando na segurança alimentar dos países africanos com produtos do agronegócio, sem necessariamente manter aquele preço e aquele volume que tínhamos na nossa relação com países ricos, como com os Estados Unidos, a União Europeia ou China", explicou Niemeyer.